poema sobre o amor eterno
inventaram um amor eterno. trouxeram-no em braços para o
meio das pessoas e ali ficou, à espera que lhe falassem. mas ninguém entendeu a
necessidade de sedução. pouco a pouco, as pessoas voltaram a casa convictas de
que seria falso alarme, e o amor eterno tombou no chão. não estava desesperado,
nada do que é eterno tem pressa, estava só surpreso. um dia, do outro lado da
vida, trouxeram um animal de duzentos metros e mil bocas e, por ocupar muito
espaço, o amor eterno deslizou para fora da praça. ficou muito discreto, algo
sujo. foi como um louco o viu e acreditou nas suas intenções. carregou-o para
dentro do seu coração, fugindo no exacto momento em que o animal de duzentos
metros e mil bocas se preparava para o devorar
valter hugo mãe
Nenhum comentário:
Postar um comentário