Zweig idealizou as relações inter-raciais no Brasil
(ler raízes do Brasil de Sergio Buarque de Holanda -a cordialidade que vela o
preconceito insidioso sob a máscara )e foi útil a ideologia do Estado Novo( a
criação da identidade nacional (a raça brasileira a partir da miscigenação das
três etnias fundadora da brasilidade indígena, branca e negra -ver Casa Grande
& Senzala de Gilberto Freyre )a partir da relação povo- Estado-líder( não
existia um estado nacional antes de 1930,só formalmente posto que a elite eurocêntrica
via o país a partir de suas fazendas de café , como sua propriedade onde não
havia espaço pro povo mestiço, indígena ou negro , só como mão de obra.)Getúlio
Vargas subsidiou as artes e a ciência no país com vistas a concretização e
naturalização desse projeto de estado nação. Apesar de ditador (década de
trinta )o regime autoritário cooptou vários artistas e estudiosos que
embarcaram na idéia de traduzir o país aos brasileiros e aos estrangeiros.Uma
leitura oficial e oficiosa de Brasil.Para isso sociólogos,politólogos,escritores
mas sobretudo cineastas como Orson Welles e escritores como Zweig foram
embaixadores desse Brasil dos sonhos.É claro que Zweig precisava acreditar que
afinal o mundo não era o inferno que a Europa estava se transformando (para a
cultura -iídiche por exemplo- para a vida dos judeus).Um paraíso era possível e estaria ele no Brasil (?)será que o suicídio de Estefan e de sua esposa seriam a
consciência de que a cordialidade era só um verniz e seu livro ,sim, era mais
importante que sua condição de refugiado judeu?
Wilson Roberto Nogueira