domingo, 31 de março de 2013

Zweig e o Brasil



Zweig  idealizou as relações inter-raciais no Brasil (ler raízes do Brasil de Sergio Buarque de Holanda -a cordialidade que vela o preconceito insidioso sob a máscara )e foi útil a ideologia do Estado Novo( a criação da identidade nacional (a raça brasileira a partir da miscigenação das três etnias fundadora da brasilidade indígena, branca e negra -ver Casa Grande & Senzala de Gilberto Freyre )a partir da relação povo- Estado-líder( não existia um estado nacional antes de 1930,só formalmente posto que a elite eurocêntrica via o país a partir de suas fazendas de café , como sua propriedade onde não havia espaço pro povo mestiço, indígena ou negro , só como mão de obra.)Getúlio Vargas subsidiou as artes e a ciência no país com vistas a concretização e naturalização desse projeto de estado nação. Apesar de ditador (década de trinta )o regime autoritário cooptou vários artistas e estudiosos que embarcaram na idéia de traduzir o país aos brasileiros e aos estrangeiros.Uma leitura oficial e oficiosa de Brasil.Para isso sociólogos,politólogos,escritores mas sobretudo cineastas como Orson Welles e escritores como Zweig foram embaixadores desse Brasil dos sonhos.É claro que Zweig precisava acreditar que afinal o mundo não era o inferno que a Europa estava se transformando (para a cultura -iídiche por exemplo- para a vida dos judeus).Um paraíso era possível e estaria ele no Brasil (?)será que o suicídio de Estefan  e de sua esposa seriam a consciência de que a cordialidade era só um verniz e seu livro ,sim, era mais importante que sua condição de refugiado judeu?

Wilson Roberto Nogueira