segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

as jornadas de junho



Sérgio Braga
 Mind the gap: a jovem classe média progressista clama por mais Estado e por um Welfare State. A classe média conservadora demanda um "governo ético e republicado". O PT não atende a ambas as demandas na intensidade desejada e desse imbroglio aí pode surgir algo novo que não seja uma mera candidatura personalista agitando ambas as bandeiras. Mas acho que o governo Dilma retoma a iniciativa até as eleições e o PT continue a ser o maior partido no congresso e até aumente sua bancada embora, para desespero das forças conservadoras, com um certo crescimento das legendas mais à esquerda. Entendida desse jeito aí a tese da "crise de representatividade" faz até algum sentido.

Discussões anarquistas



 Tullio Sartini - não sou sectário, não uso par de antolhos; e o pensamento liberal da escola austríaca [o qual tenho minhas críticas] está (todavia) mais próximo do anarquismo do que o socialismo marxista.
William Chinelato Quando você fala em escola austríaca, a referência é Mises? Se for, discordo. Historicamente anarquismo e socialismo marxista estão mais próximos.
William Chinelato Só para enriquecer esta discussão e corroborar:

http://www.marxists.org/portugues/guerin/1973/11/06.htm
Anarquismo e Marxismo
www.marxists.org
Primeira Edição: Segundo uma fala feita em Nova Iorque em 6 de novembro de 1973....
William Chinelato Aliás, a tal escola austríaca que vem recebendo bastante atenção nos últimos tempos e em especial da direita raivosa, por tabela espaço na mídia, é bastante duvidosa para fazer criticas, ainda que o seu alvo primeiro seja o socialismo marxista, isso não significa que ela casa idéias com os pensamentos anarquistas clássicos de Bakunin ou Proudhon, aliás este ultimo fazia feroz ataque ao capital, visto como uma forma de dominação. Não é possível compactuar com este pensamento contraditório da escola austríaca usado hoje pelo IMB defendendo idéias de livre associação empresarial, mas criticando a associação dos trabalhadores (liberdade seletiva?). Impossível acreditar que a escola austríaca tenha alguma similaridade com o anarquismo clássico, quando defende com unhas e dentes o Capitalismo. O Anarquismo clássico fez criticas pertinentes ao socialismo marxista, mas não deixou de reconhecer os objetivos em comum. Já a duvidosa escola austríaca ao atacar o socialismo e defender o capitalismo, por tabela se distancia de princípios anarquistas clássicos. Contradição e apropriação indevida e conceitos libertários duvidosos.

Caio Bruno O que vejo é que as pessoas acima não entendem muito de ciência política, e muito menos de teorica econômica que formou as concepções teóricas dos citados autores. De qualquer jeito, como meu amigo é o Tullio, não cabe a mim, extender o assunto. Ele de fato tem razão no diz respeito a escola austríaca, discordo inclusive de algumas críticas que ele faz, tendo podido conversar sobre elas pessoalmente com ele. Em todo caso há coerencia nesta relação anarquismo proudinoniano e liberalismo, quando o próprio Von Mises e Hayek não querem o estado como meio regulador através de impostps e da fiscalização produtora e entendem por meios desburocratizados, a livre associação; diferem no anarquismo clássico sindicalista por uma concepção de dinâmica competitiva e autonomia absoluta da relação da produção e produtores. E mais a mamis, conforme o meu amigo Tullio diz...'' marxistas e antinortemaricanos, nem deveriam usar o facebook, pois esta rede somente foi possível através do contexto liberal capitalista'' que ele mesmo crítica, mas não condena, havendo clara diferença entre a crítica de um ideário e a condenação de um meio ou ideário que forma este meio.

Caio Bruno se vocês falam inglês, seria interessante ouvir esta entrevista.....http://www.youtube.com/watch?v=km0-La2gGt4

Bork and Hayek on so-called "Intellectuals"
www.youtube.com
A conversation between distinguished legal scholar Robert Bork and Nobel Prize w...Ver mais
Ontem às 00:18 · Curtir

Tullio Sartini -   Quanto a Proudhon , de quem modéstia às favas conheço bem o pensamento, ele era contra o capital por meio de propriedade improdutiva, todavia não ao direito de posse, e se leram a teoria proudhoniana sabem q ele discorre sua teoria a parir de um visão de desenvolvimento mutualista, - paulatinamente ele substitui a semântica ''anarquia'' por mutualismo, e é nisto que escola austríaca pode ter afinidade com o anarquismo social. Bakunin merece outro comentário, até porque o contexto dele é outro, e se desenvolverá por meios revolucionários. Enfim, eu disse:q não sou sectário, já citei aqui autores marxistas e neomarxistas , e sou profundamente antimarxista, e nem tão pouco aceito as concepções capitalistas de Von Mises, embora ele tenha uma máxima genial : "Não há nada de errado em dizer às pessoas que tributação é roubo, que regulamentação é transgressão, que leis antidrogas são agressão, que políticos são criminosos, e que o estado é uma monstruosa agência criminosa.", conquanto ele vai extender sua teoria de livre mercado pela competitividade, e se afasta do ideário anárquico da solidariedade;tornando uma contradição ao princípio básico do mutualismo q é a solidariedade; ele mesmo reconhece isso, colocando óbvias distinções entre liberalismo e o libertarismo proudhoniano. Friedrich Von Hayek já é uma outra conversa, pois ele é mais um economista, do que um teórico político; as idéias de Von Hayek apresentam sim concórdias com as teses de economia autônoma e autogestiva dos anarquistas, ele mesmo reconhece isso, aliás é clássica a polêmica dele tantos com os trabalhistas como o keynesianismo. Sim o anarquismo e o marxismo se encontram históricament primeiramente na comuna de Paris e daí sempre se desencontrarão, já Proudhon preconiza esse desencontro em o ''Sistema das Contradições Econômicas ou Filosofia da Miséria''; a famigerada revolução russa, será a esperança e a decepção de Kropotkin; e na revolução catalã terão um grande encontro, e várias dissensões,. Os anarquistas sempre chutaram os baldes e na idade moderna abriram caminhos para os grandes movimentos de massa,tendo sido muitas vezes (senão sempre) usados perfidamente pelos comunistas. Os autênticos anarquistas , jamais se renderam e se renderão ao estatismo e o autoritarismo que dele advem; daí é mais óbvio um processo que crie condições ao advento Acrata através do liberalismo do que através do socialismo de estado. Um anarquista é antes de tudo alguém que busca a autonomia em todos os sentidos ( inclusive a intelectual) nega a submissão verticalizadora, e socialmente é alguém que luta pela solidariedade e o desmantelamento da máquina estatal, a qual podemos também chamar de governo. Pessoalmente, eu, Tullio Sartini, gosto de acreditar na possibilidade de um processo no qual a dialética é o meio mais patente (a dialética racional e não uma pseudodialética maniqueista) por isso transito em difentes ideários e idéías, preferindo idéias do que ideologias, contudo, mantendo a minha postura, contra o Estado, contra o latifúndio, em suma contra a hierarquização centralizadora e institucionalizante do poder e seus monopólios, usados através do meios tributários e militares. são essas as minhas premissas, o resto pra mim é hermenêutica.


Tullio Sartini - sim, Caio eu afirmo o que  disse algumas vezes: marxistas e anti-estadunidenses não deveriam usar este bagulho, há uma diferença entre criticar e condenar, critico o modelo estadunidense, como critico (também) todos os paradigmas convencionalizaram a sociedade pós- industrial e a pós-modernidade, e porquanto não acredito em modelos fixos, .enfim to nem aí! sou do partido tô cagando e andando. ademais, no fundo no fundo, não sei se a espécie humana é digna de tanta preocupação, é muita complexa sim, contem variáveis e variantes infindas! muitas vezes sórdidas.  

Tullio Sartini -por fim, lhes digo, acho q alguem muito citado pelos marxistas, cujo o nome é Foucault, estaria de acordo comigo. em relação a Von Hayek...http://gambiarre.files.wordpress.com/.../foucault...

William Chinelato Também não pretendo estender esta discussão pois quando contamina-se uma discussão com a análise de interlocutores sem conhece-los e não de argumentos, corre-se riscos desnecessários. É uma linha tênue (para não fugir da razão) fazer criticas a um governo belicista e imperialista e que apesar do discurso "liberal", na prática faz opressão defendendo três pilares que anarquistas condenavam no século XIX: Capital, Estado e Igreja. A extensão disso (presente), para um sentimento anti-EUA generalizado infelizmente existe, mas ai já estamos entrando em fundamentalismos que não cabem aqui. O que se faz muitas vezes são criticas pontuais, afinal não existe exatidão nesse tipo de ciência (humanas), mas é possível recorrer a História para ver como ela acaba se repetindo. A unica coisa que discordo frontalmente é esta questão da utilização do meio "feicibuque"e outras tecnologias por marxistas, dando crédito a Chomsky:


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Pedágio do Paraná

Hoje temos novo aumento nas tarifas de pedágio do Paraná. É o aumento anual, previsto em contrato, que estabelece uma média entre quatro índices de inflação e o governo do Estado chama de reposição de custos. Ok! O cálculo é pela inflação. Tudo bem, mas tem uma coisa que não consigo entender: como podem aplicar a média de índices "cheios" de inflação para quando a origem de receita está em permanente ampliação? Deveria existir um deflator para o índice médio equivalente à proporção de aumento do tráfego no período. E, em anos com menor tráfego, o aumento deveria ficar acima da inflação, por óbvio. Mas não, aplicam a média da inflação anual e pronto. Com isso, as concessionárias têm ganhos reais todos os anos, ainda que apliquem apenas a inflação. Por exemplo: imagine que no primeiro ano de concessão foi registrada a média de 100 veículos por hora nas rodovias. Ao final desse ano aplicou-se a inflação do período como índice de reajuste. Ok! No ano seguinte foi registrada uma média de 110 veículos por hora e a inflação do período foi de 5%. Se aplicarmos todos os 5%, estaremos desconsiderando que houve 10% a mais de veículos que pagaram pedágio naquele ano, o que resultaria em dupla reposição - a da inflação e o do aumento do número de pagamentos nas praças de pedágio. O correto, parece-me, seria considerar que o crescimento de 10% de veículos naquele ano deve ser "retirado" do índice "cheio" da reposição. Assim, ao invés dos 5% da inflação, o reajuste seria de 4,5%. Porém, parece que não é isso que acontece. Todos os anos temos aumentos significativos de tráfego nas rodovias, as concessionárias fazem basicamente a manutenção (a ampliação da infra-estrutura não acompanha as necessidades geradas pelo aumento no tráfego) e desconsideram que mais veículos significam mais receita para o sistema. Cobram a reposição da inflação como se o número de veículos em 2013 nas nossas rodovias fosse o mesmo de 1996, quando o sistema começou a operar. Olha, se calcularmos o acumulado dessa diferença nos quase 20 anos de concessão, chegaremos a uma pequena fortuna que os usuários pagaram "a mais". Porém, o incrível mesmo é que o Governo do Estado diz contratar várias consultorias para analisar o sistema e parece que não conseguem ver o "óbvio ululante". Enfim, concluo que o problema definitivamente não é técnico. Mas, se eu estiver errado, por favor, fique à vontade para me corrigir.


Emerson Urizzi Cervi