segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

as jornadas de junho



Sérgio Braga
 Mind the gap: a jovem classe média progressista clama por mais Estado e por um Welfare State. A classe média conservadora demanda um "governo ético e republicado". O PT não atende a ambas as demandas na intensidade desejada e desse imbroglio aí pode surgir algo novo que não seja uma mera candidatura personalista agitando ambas as bandeiras. Mas acho que o governo Dilma retoma a iniciativa até as eleições e o PT continue a ser o maior partido no congresso e até aumente sua bancada embora, para desespero das forças conservadoras, com um certo crescimento das legendas mais à esquerda. Entendida desse jeito aí a tese da "crise de representatividade" faz até algum sentido.

Discussões anarquistas



 Tullio Sartini - não sou sectário, não uso par de antolhos; e o pensamento liberal da escola austríaca [o qual tenho minhas críticas] está (todavia) mais próximo do anarquismo do que o socialismo marxista.
William Chinelato Quando você fala em escola austríaca, a referência é Mises? Se for, discordo. Historicamente anarquismo e socialismo marxista estão mais próximos.
William Chinelato Só para enriquecer esta discussão e corroborar:

http://www.marxists.org/portugues/guerin/1973/11/06.htm
Anarquismo e Marxismo
www.marxists.org
Primeira Edição: Segundo uma fala feita em Nova Iorque em 6 de novembro de 1973....
William Chinelato Aliás, a tal escola austríaca que vem recebendo bastante atenção nos últimos tempos e em especial da direita raivosa, por tabela espaço na mídia, é bastante duvidosa para fazer criticas, ainda que o seu alvo primeiro seja o socialismo marxista, isso não significa que ela casa idéias com os pensamentos anarquistas clássicos de Bakunin ou Proudhon, aliás este ultimo fazia feroz ataque ao capital, visto como uma forma de dominação. Não é possível compactuar com este pensamento contraditório da escola austríaca usado hoje pelo IMB defendendo idéias de livre associação empresarial, mas criticando a associação dos trabalhadores (liberdade seletiva?). Impossível acreditar que a escola austríaca tenha alguma similaridade com o anarquismo clássico, quando defende com unhas e dentes o Capitalismo. O Anarquismo clássico fez criticas pertinentes ao socialismo marxista, mas não deixou de reconhecer os objetivos em comum. Já a duvidosa escola austríaca ao atacar o socialismo e defender o capitalismo, por tabela se distancia de princípios anarquistas clássicos. Contradição e apropriação indevida e conceitos libertários duvidosos.

Caio Bruno O que vejo é que as pessoas acima não entendem muito de ciência política, e muito menos de teorica econômica que formou as concepções teóricas dos citados autores. De qualquer jeito, como meu amigo é o Tullio, não cabe a mim, extender o assunto. Ele de fato tem razão no diz respeito a escola austríaca, discordo inclusive de algumas críticas que ele faz, tendo podido conversar sobre elas pessoalmente com ele. Em todo caso há coerencia nesta relação anarquismo proudinoniano e liberalismo, quando o próprio Von Mises e Hayek não querem o estado como meio regulador através de impostps e da fiscalização produtora e entendem por meios desburocratizados, a livre associação; diferem no anarquismo clássico sindicalista por uma concepção de dinâmica competitiva e autonomia absoluta da relação da produção e produtores. E mais a mamis, conforme o meu amigo Tullio diz...'' marxistas e antinortemaricanos, nem deveriam usar o facebook, pois esta rede somente foi possível através do contexto liberal capitalista'' que ele mesmo crítica, mas não condena, havendo clara diferença entre a crítica de um ideário e a condenação de um meio ou ideário que forma este meio.

Caio Bruno se vocês falam inglês, seria interessante ouvir esta entrevista.....http://www.youtube.com/watch?v=km0-La2gGt4

Bork and Hayek on so-called "Intellectuals"
www.youtube.com
A conversation between distinguished legal scholar Robert Bork and Nobel Prize w...Ver mais
Ontem às 00:18 · Curtir

Tullio Sartini -   Quanto a Proudhon , de quem modéstia às favas conheço bem o pensamento, ele era contra o capital por meio de propriedade improdutiva, todavia não ao direito de posse, e se leram a teoria proudhoniana sabem q ele discorre sua teoria a parir de um visão de desenvolvimento mutualista, - paulatinamente ele substitui a semântica ''anarquia'' por mutualismo, e é nisto que escola austríaca pode ter afinidade com o anarquismo social. Bakunin merece outro comentário, até porque o contexto dele é outro, e se desenvolverá por meios revolucionários. Enfim, eu disse:q não sou sectário, já citei aqui autores marxistas e neomarxistas , e sou profundamente antimarxista, e nem tão pouco aceito as concepções capitalistas de Von Mises, embora ele tenha uma máxima genial : "Não há nada de errado em dizer às pessoas que tributação é roubo, que regulamentação é transgressão, que leis antidrogas são agressão, que políticos são criminosos, e que o estado é uma monstruosa agência criminosa.", conquanto ele vai extender sua teoria de livre mercado pela competitividade, e se afasta do ideário anárquico da solidariedade;tornando uma contradição ao princípio básico do mutualismo q é a solidariedade; ele mesmo reconhece isso, colocando óbvias distinções entre liberalismo e o libertarismo proudhoniano. Friedrich Von Hayek já é uma outra conversa, pois ele é mais um economista, do que um teórico político; as idéias de Von Hayek apresentam sim concórdias com as teses de economia autônoma e autogestiva dos anarquistas, ele mesmo reconhece isso, aliás é clássica a polêmica dele tantos com os trabalhistas como o keynesianismo. Sim o anarquismo e o marxismo se encontram históricament primeiramente na comuna de Paris e daí sempre se desencontrarão, já Proudhon preconiza esse desencontro em o ''Sistema das Contradições Econômicas ou Filosofia da Miséria''; a famigerada revolução russa, será a esperança e a decepção de Kropotkin; e na revolução catalã terão um grande encontro, e várias dissensões,. Os anarquistas sempre chutaram os baldes e na idade moderna abriram caminhos para os grandes movimentos de massa,tendo sido muitas vezes (senão sempre) usados perfidamente pelos comunistas. Os autênticos anarquistas , jamais se renderam e se renderão ao estatismo e o autoritarismo que dele advem; daí é mais óbvio um processo que crie condições ao advento Acrata através do liberalismo do que através do socialismo de estado. Um anarquista é antes de tudo alguém que busca a autonomia em todos os sentidos ( inclusive a intelectual) nega a submissão verticalizadora, e socialmente é alguém que luta pela solidariedade e o desmantelamento da máquina estatal, a qual podemos também chamar de governo. Pessoalmente, eu, Tullio Sartini, gosto de acreditar na possibilidade de um processo no qual a dialética é o meio mais patente (a dialética racional e não uma pseudodialética maniqueista) por isso transito em difentes ideários e idéías, preferindo idéias do que ideologias, contudo, mantendo a minha postura, contra o Estado, contra o latifúndio, em suma contra a hierarquização centralizadora e institucionalizante do poder e seus monopólios, usados através do meios tributários e militares. são essas as minhas premissas, o resto pra mim é hermenêutica.


Tullio Sartini - sim, Caio eu afirmo o que  disse algumas vezes: marxistas e anti-estadunidenses não deveriam usar este bagulho, há uma diferença entre criticar e condenar, critico o modelo estadunidense, como critico (também) todos os paradigmas convencionalizaram a sociedade pós- industrial e a pós-modernidade, e porquanto não acredito em modelos fixos, .enfim to nem aí! sou do partido tô cagando e andando. ademais, no fundo no fundo, não sei se a espécie humana é digna de tanta preocupação, é muita complexa sim, contem variáveis e variantes infindas! muitas vezes sórdidas.  

Tullio Sartini -por fim, lhes digo, acho q alguem muito citado pelos marxistas, cujo o nome é Foucault, estaria de acordo comigo. em relação a Von Hayek...http://gambiarre.files.wordpress.com/.../foucault...

William Chinelato Também não pretendo estender esta discussão pois quando contamina-se uma discussão com a análise de interlocutores sem conhece-los e não de argumentos, corre-se riscos desnecessários. É uma linha tênue (para não fugir da razão) fazer criticas a um governo belicista e imperialista e que apesar do discurso "liberal", na prática faz opressão defendendo três pilares que anarquistas condenavam no século XIX: Capital, Estado e Igreja. A extensão disso (presente), para um sentimento anti-EUA generalizado infelizmente existe, mas ai já estamos entrando em fundamentalismos que não cabem aqui. O que se faz muitas vezes são criticas pontuais, afinal não existe exatidão nesse tipo de ciência (humanas), mas é possível recorrer a História para ver como ela acaba se repetindo. A unica coisa que discordo frontalmente é esta questão da utilização do meio "feicibuque"e outras tecnologias por marxistas, dando crédito a Chomsky:


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Pedágio do Paraná

Hoje temos novo aumento nas tarifas de pedágio do Paraná. É o aumento anual, previsto em contrato, que estabelece uma média entre quatro índices de inflação e o governo do Estado chama de reposição de custos. Ok! O cálculo é pela inflação. Tudo bem, mas tem uma coisa que não consigo entender: como podem aplicar a média de índices "cheios" de inflação para quando a origem de receita está em permanente ampliação? Deveria existir um deflator para o índice médio equivalente à proporção de aumento do tráfego no período. E, em anos com menor tráfego, o aumento deveria ficar acima da inflação, por óbvio. Mas não, aplicam a média da inflação anual e pronto. Com isso, as concessionárias têm ganhos reais todos os anos, ainda que apliquem apenas a inflação. Por exemplo: imagine que no primeiro ano de concessão foi registrada a média de 100 veículos por hora nas rodovias. Ao final desse ano aplicou-se a inflação do período como índice de reajuste. Ok! No ano seguinte foi registrada uma média de 110 veículos por hora e a inflação do período foi de 5%. Se aplicarmos todos os 5%, estaremos desconsiderando que houve 10% a mais de veículos que pagaram pedágio naquele ano, o que resultaria em dupla reposição - a da inflação e o do aumento do número de pagamentos nas praças de pedágio. O correto, parece-me, seria considerar que o crescimento de 10% de veículos naquele ano deve ser "retirado" do índice "cheio" da reposição. Assim, ao invés dos 5% da inflação, o reajuste seria de 4,5%. Porém, parece que não é isso que acontece. Todos os anos temos aumentos significativos de tráfego nas rodovias, as concessionárias fazem basicamente a manutenção (a ampliação da infra-estrutura não acompanha as necessidades geradas pelo aumento no tráfego) e desconsideram que mais veículos significam mais receita para o sistema. Cobram a reposição da inflação como se o número de veículos em 2013 nas nossas rodovias fosse o mesmo de 1996, quando o sistema começou a operar. Olha, se calcularmos o acumulado dessa diferença nos quase 20 anos de concessão, chegaremos a uma pequena fortuna que os usuários pagaram "a mais". Porém, o incrível mesmo é que o Governo do Estado diz contratar várias consultorias para analisar o sistema e parece que não conseguem ver o "óbvio ululante". Enfim, concluo que o problema definitivamente não é técnico. Mas, se eu estiver errado, por favor, fique à vontade para me corrigir.


Emerson Urizzi Cervi 

domingo, 6 de outubro de 2013

Bandeirantes , monumentos e índios

Ricardo Costa de Oliveira :Os bandeirantes também eram parcialmente índios, que criaram e fundaram Curitiba. Foram os nossos primeiros povoadores, com os nossos mesmos sobrenomes. Eram guerreiros da nossa raça e língua, como diriam os antigos códices. O que é hoje São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso somente são territórios brasileiros porque foram conquistados, criados e fundados pelos bandeirantes. Sem os bandeirantes as mulheres da nossa comunidade teriam recebido, dos índios e inimigos castelhanos do outro lado da fronteira, o mesmo destino recebido pela família de Ana Terra, personagem de O Tempo e o Vento. Vá e veja !

Marcos Araujo: Isto tudo que o Ricardo Costa de Oliveira falou é verdade. Eles conquistaram o Brasil e criaram ele. O seu heroísmo colonizador é bastante conhecido. O monumento de Brecheret aponta para isso, mas também não devemos esquecer que eles tinham um objetivo somente no seculos XVI e XVII, o sangue indígena.@estupro, morte, escravidão, maldade e perversidade eram a tônica. Alguém vai dizer que os homens eram assim! E é verdade. Ms não somos mais! Então esta é uma contradição da nossa sociedade. Sabemos que nossos pais agiram errado, mataram e tudo mais, mas eram nossos pais! Sugiro que se construa um monumento à resistência indígena na frente do atual e que ninguém suje o monumento!

Ricardo Costa de Oliveira :O povo brasileiro é o descendente dos bandeirantes, dos índios e dos africanos das grandes bandeiras ! Descendemos de todos esses grupos ao mesmo tempo, basta uma análise genética básica de qualquer brasileiro genérico. Eu e mais dezenas e dezenas de milhões de brasileiros contemporâneos ! E o Patriarca Fundador dos Bandeirantes foi o Grande Cacique Tupi Tibiriçá ! Espero que nenhum tipo ignorante e mal educado da sua própria história e genealogia vá depredar a cripta histórica do mítico antepassado índio de milhões de brasileiros descendentes dos bandeirantes aqui ! Túmulo de Tibiriça - Cripta da Catedral da Sé: http://www.flickr.com/photos/23224600@N07/2224873498/

Análise de conjuntura

" Dilma tende a vencer porque a oposição só apresenta nomes e propostas bem piores do que a atual média governamental. O PSDB confirma a sua vocação neoliberal e oligárquica com um Aécio Neves. Eduardo Campos apoiava o governo Dilma e o PT até o mês passado e tal como Aécio é o resultado da reprodução da classe dominante via o tradicional nepotismo familiar de avô para neto. Campos dificilmente empolgará nacionalmente muito além do seu fraco partido, agora rachado com a saída dos vizinhos cearenses da família Gomes. Marina não decolou além da sua restrita base de evangélicos e ambientalistas, mesmo turbinada pela mídia na eleição passada, não teve a capacidade de criar mais uma legenda de aluguel para tentar imitar um Collor no PRN ou um Jânio no PTN. Joaquim Barbosa, tal como Marina, outra cria direta de Lula, parece estar cada vez mais afastado pelas suas contradições e perseguições aos jornalistas. Barbosa parece estar mais adequado ao apartamento dele em Miami do que ao Palácio do Planalto.
O governo de Dilma segue na média (diriam os otimistas que é a norma política real possível na velocidade de cruzeiro da coalizão majoritária e os pessimistas diriam que é a continuidade da tradicional mediocridade política de Brasília). A corrupção não é diferente dos outros períodos nos últimos 500 anos, bem como a desigualdade social estrutural persiste, mas até caiu substancialmente um pouco nos últimos 10 anos. A economia cresce positivamente, cresce mais do que no ano passado, devendo o PIB crescer um pouco abaixo de 3% em 2013, um resultado razoável para um ano de crise mundial. O emprego está bom e continua crescendo, houve um grande aumento no número de trabalhadores com novas carteiras de trabalho. Os dissídios, as greves e a grande maioria das convenções conseguiram salários elevados acima da inflação, mas ainda considerados internacionalmente baixos, porém os mais altos nos últimos 50 anos no país. A indústria automotiva cresce, o Brasil ultrapassou a Alemanha e agora passa a ser o quarto país que mais vende carros no mundo. A política social e a bolsa família compensam um pouquinho os privilégios da bolsa-ricos dos juros. O governo tem boa avaliação entre os mais pobres e que precisam de muito mais políticas sociais. A infraestrutura segue enrolada, o que também não é novidade ou exclusividade do atual período e precisa ser melhorada. A saúde motiva o popular programa de mais médicos importados, os indicadores sociais de saúde melhoraram nos últimos 10 anos, mas são necessários mais investimentos e muitas outras políticas na área. A educação segue na média, algumas novidades na criação de mais instituições federais, mas continuam longas greves, como a dos professores das federais e de redes estaduais e municipais mais politizadas. A ilusória política de cotas não conseguiu esconder o fato do aumento do número de analfabetos, ainda que causado pelo aumento da expectativa de vida e da longevidade dos idosos nordestinos pobres.
As manifestações de junho foram muito mais um protesto de segmentos insatisfeitos com temas genéricos do que uma expressão política somente dirigida contra a então alta popularidade artificial de Dilma no começo do ano. Três forças motrizes organizadas e absolutamente incompatíveis entre si procuraram se aproveitar das manifestações espontâneas: A extrema-esquerda, a direita e a mídia-manipuladora-partido-de-oposição. Após mais de dez anos de análises de conjuntura equivocadas e de derrotas políticas em comum, o desespero dos três grupos convergiu e procuraram passar a falsa impressão de um país instável e em crise, tentando derrubar a ordem vigente da coalizão Lulo-Dilmista. Por mais que tentem inventar uma imaginária e terrível crise existencial, moral, política, social e econômica, a realidade é bem outra. Dilma, o PT e os seus aliados e simpatizantes seguram bem pelo menos 40% do eleitorado e permanecem regularmente na frente como favoritos à reeleição, o que os coloca com a força hegemônica mais viável na corrida presidencial de 2014.
Dilma e o PT deveriam aproveitar os protestos para avançarem nacionalmente na política do transporte coletivo urbano, encamparem e estatizarem o sistema coletivo de transportes urbanos das poucas famílias privadas empresariais do setor, criarem metrôs no sistema chinês. Dilma e o PT devem pensar grande e com qualidade para investirem em um real projeto de ampliação da educação de qualidade pública e gratuita, muito além da fraquíssima e limitadíssima política de cotas, se quiserem reverter o aumento do analfabetismo e quiserem dar um salto nacional efetivo de qualidade na educação. Continuar avançando na criação e ampliação de políticas sociais urbanas e rurais. Uma política nacional de saneamento e a erradicação completa de trabalho infantil estão no horizonte das possibilidades. Políticas nacionais de segurança e direitos humanos para a ampliação da segurança pública. Outro poderoso neo aliado estratégico do governo federal é o agronegócio, o salvador da lavoura e das exportações nos últimos anos. A agricultura familiar e o agronegócio devem ser estimulados conjuntamente a colonizar novas áreas no Centro-Oeste e na Amazônia, implementando 500.000 pequenos agricultores e sem-terra no Pará, somente com a construção da nova rodovia PA-167 e com a construção das novas usinas hidrelétricas na Amazônia. Lembremos que os brasileiros são os descendentes diretos dos arrojados bandeirantes, negros e tupis, que realizaram a unificação política da placa Centro-Atlântico-Amazônica, a metade da América do Sul, ocupada bravamente pela nossa gente e língua. Os produtores rurais querem estabilidade, apoio à produção e distribuição de suas megassafras em expansão.
A maioria do eleitorado brasileiro tem a plena consciência que a vida melhorou nos últimos dez anos e que Dilma e o PT são os mais capacitados para continuarem a enfrentar os problemas para os próximos quatro anos. Com políticas ousadas e determinadas no transporte urbano coletivo, na educação, na ciência, na tecnologia, na infraestrutura e na agropecuária, um segundo governo 2015-2018 estará garantido com sucessos bem acima da média do período 2011-2014."

Ricardo Costa de Oliveira 


 

domingo, 22 de setembro de 2013

Síndrome de paralisia hiperativa

Sérgio Braga


 o fato político mais significativo da semana, no meu modesto entender, não foi um arroubo retórico, mas uma ausência: a de qualquer menção a "julgamento do mensalão" ou "indignação contra a corrupção endêmica" no programa de lançamento da candidatura Aécio Neves pelo PSDB, muitíssimo bem feito por sinal. Já vi politólogos dizerem que o candidato não tem condições sequer de chegar no segundo turno, o que acho um ledo e ivo engano como dizia o saudoso Ivan Lessa. Trata-se de dos um políticos mais talentosos que temos e que sabe onde quer chegar e como, e não um poste sem sal como José Serra e outros tucanos. Não deve de nenhuma maneira ser subestimado, como vi alguns politólogos mais eufóricos fazendo por aí, pelo menos antes de junho...

Romênia

Meio que não se fala mais no assunto, pelo menos entre os jovens. Ainda que uma amiga de facebook daquelas bandas, por conta de uma bulha com mineração de ouro, tenha postado um blog com um texto meio idiota, e com uma foto do casal Ceausescu durante o julgamento, na véspera de sua execução, o que provocou troca de ofensas até meio pesadas. De concreto, há a eterna rivalidade com os húngaros, que tem provocado alguma tensão no país, principalmente em regiões da Transilvânia de população magiar (eles fazem questão de diferenciar húngaros de magiares, que incluem romenos descendentes de húngaros e sículos, de boa população na região de Brasov), e pichações em várias cidades, mas principalmente na capital, com os dizeres "Bessarábia é Romênia", outro assunto espinhoso, já que a Bessarábia hoje é independente, é a atual República da Moldávia. Só tive oportunidade de falar de política com um parente da dona Vanna, aqui da livraria Leonardo da Vinci, que me recebeu no aeroporto e me convidou para jantar na casa dele. Como já tem uma certa idade, viveu os períodos Ceausescu e Gheorghiu-Dej; perguntei a ele se Ceausescu tinha matado muita gente, e o que me respondeu foi que até que não, não porque não quisesse, mas porque Gheorghiu-Dej já tinha matado todo mundo. Ceausescu era mais um bufão, assassino também, mas em muito menor escala do que Anna Pauker e Gheorghiu-Dej. Talvez porque não estivesse muito atento a isso, e porque as televisões dos hotéis só pegassem, de noticiário, redes mais sensacionalistas, que estavam mais preocupadas com aquele palhaço mafioso do Steaua Bucareste, que foi preso enquanto eu estava lá, não senti da parte dos romenos muito saudosismo, não. Pelo contrário, ainda têm muito ódio da Securitate, me apontavam cada prédio que tinha servido de escritório deles, e o edifício onde ficava o Quartel-General, perto do meu hotel. Acho que tirei uma foto do prédio. E uma curiosidade: a fortaleza medieval de Fagaras, que visitei, e onde tirei muitas fotos, no tempo do Gheorghiu-Dej, lá pelos anos 50, serviu de prisão e centro de torturas e lavagem cerebral. Isso depois que os dirigentes comunistas saquearam o castelo, levando ou destruindo peças históricas e obras de arte valiosíssimas. Reconstruíram o museu a duras penas, bem mais pobre e mobiliado com réplicas dos móveis originais. Visitei e fotografei o museu, a fortaleza e a torre medieval onde funcionavam as celas dos prisioneiros dos comunistas. Segundo o parente da dona Vanna, os romenos nunca foram comunistas, como um todo, é claro, consideravam os soviéticos invasores, daí a polícia secreta comunista mais temida ter sido a Securitate, cujos agentes foram caçados pelas ruas durante a revolução de 89. Mas, por outro lado, sabe como é, era temida porque tinha agentes por toda a parte, principalmente nas instituições mais corruptas do país, como a Igreja Ortodoxa...
André Luis Moreira


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

 definiria o efeito poético como a capacidade que um texto oferece de continuar a gerar diferentes leituras, sem nunca se consumir de todo.

- Umberto Eco
 

DEPOIS DO TRABALHO
A cabana e algumas árvores
pairam na névoa que sopra
 
Eu tiro sua blusa
e aqueço minhas mãos frias
nos seus seios
você ri e estremece
descascando alho junto ao
calor do fogão.
recolho o machado, o ancinho,
a lenha
 
nos encostaremos na parede
um contra o outro
um guisado cozinha devagar no fogo
enquanto anoitece
bebendo vinho.
 

Gary Snyder.

A Cor do Invisível

Ah! Os relógios
Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológicos...

Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de Poesia
para nos dar a eternidade inteira.

Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.

E os anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
- Mario Quintana
[Todos homens sonham, mas, não da mesma forma. Os que sonham a noite, nos mais fundos recessos de suas mentes, despertam no amanhecer para descobrir que tudo não passava de vaidade. Mas os sonhadores do dia são homens perigosos, pois podem lutar por seus sonhos de olhos abertos e converte-los em realidade.]

 by T. E. Lawrence

Cat sottile



Morsi senza denti
E insegna orgasmi
Bocca piccola impedisce
Armeggiare nella figa
Arde nel mio
Attaccando momento felice
Mettere la salsa occhi
E quando si inizia
La dodge ancora un po '
Che muoiono per tutto il tempo.

Louis Aragon , de son vrai nom Louis Andrieux, est un poète, romancier et journaliste, né probablement[1] le 3 octobre 1897 à Neuilly-sur-Seine et mort le 24 décembre 1982 à Paris. Il est également connu pour son engagement et son soutien au Parti communiste français de 1930 jusqu'à sa mort. 

sábado, 1 de junho de 2013

 [O bom de não ser um gênio, é q você não precisa se esforçar pra ser normal.] by Josemar Vidal Jr.

domingo, 31 de março de 2013

Zweig e o Brasil



Zweig  idealizou as relações inter-raciais no Brasil (ler raízes do Brasil de Sergio Buarque de Holanda -a cordialidade que vela o preconceito insidioso sob a máscara )e foi útil a ideologia do Estado Novo( a criação da identidade nacional (a raça brasileira a partir da miscigenação das três etnias fundadora da brasilidade indígena, branca e negra -ver Casa Grande & Senzala de Gilberto Freyre )a partir da relação povo- Estado-líder( não existia um estado nacional antes de 1930,só formalmente posto que a elite eurocêntrica via o país a partir de suas fazendas de café , como sua propriedade onde não havia espaço pro povo mestiço, indígena ou negro , só como mão de obra.)Getúlio Vargas subsidiou as artes e a ciência no país com vistas a concretização e naturalização desse projeto de estado nação. Apesar de ditador (década de trinta )o regime autoritário cooptou vários artistas e estudiosos que embarcaram na idéia de traduzir o país aos brasileiros e aos estrangeiros.Uma leitura oficial e oficiosa de Brasil.Para isso sociólogos,politólogos,escritores mas sobretudo cineastas como Orson Welles e escritores como Zweig foram embaixadores desse Brasil dos sonhos.É claro que Zweig precisava acreditar que afinal o mundo não era o inferno que a Europa estava se transformando (para a cultura -iídiche por exemplo- para a vida dos judeus).Um paraíso era possível e estaria ele no Brasil (?)será que o suicídio de Estefan  e de sua esposa seriam a consciência de que a cordialidade era só um verniz e seu livro ,sim, era mais importante que sua condição de refugiado judeu?

Wilson Roberto Nogueira

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Foguetes norte coreanos no ano da serpente.



Ameaça ao Japão e a Coréia do Sul ou seja o interesse e a integridade dos cidadãos dos EUA(nessa ordem ) e de seus aliados(Propaganda ?).Afeta os interesses estratégicos dos EUA(de suas corporações sobretudo e do Japão que possui apólices do tesouro e quer desviar , no caso do Japão seus problemas internos unindo o povo sob o temor de um inimigo externo.)A China é um player global aliada tradicional de Pyongiang que é o fiel da naquela região.A Coréia do sul tem para com o norte uma política pendular que não se permite influenciar mais por Washington.O Japão está em uma nova encruzilhada em sua história.A possibilidade de fazer valer seus pontos de vista na região (questões de fronteiras e rearmamento, negacionismo ou não aos crimes de guerra e as cicatrizes que podem ser instrumentalizadas ou não pela China segundo se mostrem oportunas)O que está em jogo no Extremo Oriente é mais complexo e os contrapesos (além do desgaste econômico que uma guerra levaria aos cofres dos eua) servem de desestimulo a uma aventura bélica como nos tempos de Theodore Roosvelt ou Bush Jr.

Wilson Roberto Nogueira

domingo, 27 de janeiro de 2013



"de pensamiento es la guerra que se nos libra; ganémosla a fuerza de pensamiento"
 
José Martí