quarta-feira, 10 de setembro de 2014

QUEM EXPLICARÁ O "VAZAMENTO" DA VEJA?


Ricardo Kotscho

Passaram-se já mais de 48 horas desde que veio a público o "vazamento" da delação premiada feita à Polícia Federal pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em nova tentativa de alterar os rumos da campanha presidencial, com base em denúncias sobre um esquema de corrupção montado na empresa por políticos e partidos da base aliada do governo Dilma Rousseff, atingindo também o PSB da candidata Marina Silva.

É bastante estranho o silêncio mantido até o momento, manhã de segunda-feira, pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, e a Polícia Federal a ele subordinada, como se fosse a coisa mais normal do mundo um "vazamento" destas proporções, sem qualquer prova, baseado em fontes anônimas, a quatro semanas da abertura das urnas, sabendo-se que este processo está submetido a segredo de Justiça e os áudios e vídeos da delação devem ser criptografados e mantidos num cofre forte.

Ao terminar de escrever a coluna de domingo, sobre as consequências nas campanhas presidenciais destas graves denúncias lançadas no ar, ficou martelando na minha cabeça uma dúvida: ninguém vai explicar ou pelo menos procurar saber em que condições e a serviço de quem se deu mais este explosivo "vazamento", mais conhecido por "bala de prata", que já se tornou comum em vésperas de eleição em nosso país? Ninguém se dignou a questionar este ponto entre as dezenas de análises que li sobre o assunto e seus desdobramentos ou a indagar quem pode ter vazado estas "informações".

Dá-se de barato que estas denúncias realmente existem, que o delator só falou a verdade e tem provas do que disse, mas o que temos por enquanto é apenas mais um factoide midiático explorado à exaustão pelo esquema Veja-Globo-Folha-Estadão, e seus respectivos portais, com os concorrentes retroalimentando o noticiário entre si.

Nem é preciso ser muito esperto para descobrir a quem interessa tumultuar o processo eleitoral nesta reta final da campanha. Quando parecia que este esquema já tinha abandonado o tucano Aécio Neves à sua própria sorte, e aderido ao Furacão Marina, mesmo com algumas restrições, eis que o candidato atolado em terceiro lugar ressurge das cinzas no noticiário, com tanto ímpeto para atacar as duas adversárias que lideram com folga todas as pesquisas, como se já soubesse de alguma coisa antes da anunciada "bomba" explodir no último final de semana.

Como sabemos, as investigações sigilosas estão sob a responsabilidade da Polícia Federal, quer dizer, de um órgão do Ministério da Justiça, que vêm mantendo um obsequioso silêncio sobre o assunto. De que forma nós, simples cidadãos eleitores, poderemos saber o que existe de verdade no que vem sendo noticiado a respeito do "mar de lama da Petrobras"? Ou o objetivo é mesmo só fazer a divulgação oficial depois de 5 de outubro, mantendo as suspeitas no ar para a devida exploração eleitoral?

Cabe registrar aqui a previsão feita por Aécio dias atrás, quando sua campanha definhava, baseado na experiência do seu avô Tancredo Neves, de que as definições eleitorais só começam para valer depois do feriado de 7 de setembro.

Tem alguma coisa estranha no ar e não são os aviões de carreira.


autonomia/independência do Banco Central




Confesso que não consigo entender o debate atual sobre "autonomia/independência do Banco Central". Como a proposta é defendida por quem fala em nome dos interesses das empresas que compõem o sistema financeiro, cheguei à conclusão que a direção do BC, em especial presidência, sempre foi ocupada por pessoas sem ligação com essas empresas. Logo, insensíveis aos interesses dos operadores financistas, tomariam decisões contrárias aos banqueiros, dificultando a vida deles no País. Bem, daí as dúvidas cresceram. Primeiro porque o Banco Central pratica um dos maiores juros reais do mundo, portanto, nosso setor financista é um dos mais beneficiados em todo o planeta. Todos os grandes bancos gostariam de operar aqui, não só pelo tamanho do mercado, mas também pela "bondade" das decisões do BC nas últimas décadas. Daí, fui lá e entrei na página dos ex-presidentes do BC. E, surpresa, a regra é que para ser presidente do BC é preciso ter experiência no sistema privado. O que há de operadores do mercado financeiro, consultores de bancos e até mesmo ex-presidentes de instituições privadas que assumiram o cargo máximo do Banco Central brasileiro é uma enormidade. São exceções os ex-presidentes do BC que não tiveram em algum momento grande proximidade com o "mercado financeiro" (o atual presidente é uma delas). No que eu concluo: precisamos, definitivamente, estatizar o Banco Central. Ele sempre teve autonomia em relação ao Estado. Fiquei maluco?!

Emerson Urizzi Cervi

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A quem interessam as pesquisas eleitorais?

Aurélio Munhoz


Respondo, de imediato: interessam somente às fontes pagadoras. Certamente, não ao conjunto da sociedade brasileira. Esta é a razão pela qual sou totalmente contra as pesquisas eleitorais que mostram as intenções de votos nos candidatos. Divulgadas como tendências de votos do eleitorado , as pesquisas na verdade se prestam ao papel de instrumentos propagandísticos dos candidatos que lideram as sondagens – e, obviamente, ferramentas de contrapropaganda, nos demais casos. Não se trata de tolher os direitos dos institutos de pesquisas de apurar a opinião do eleitorado; vivemos, enfim, em uma economia de mercado. Mas certamente existem outras posições mais relevantes a serem pesquisadas. Por exemplo, o que as pessoas esperam dos seus governantes e legisladores na solução dos grandes problemas da agenda nacional. O problema é que, na medida em que muitas destas pesquisas são pagas por comitês de campanha, tornam-se inúteis como instrumentos objetivos de mensuração das intenções de voto. No caso da mídia, idem. Se a opinião do eleitorado é tão imponderável e se o voto é secreto, qual a efetiva relevância de se saber em quem as pessoas pretendem votar? Condenem-me.

MAS NÃO É SÓ O CADÁVER


Álvaro de Campos
Mas não é só o cadáver
Essa pessoa horrível que não é ninguém,
Essa novidade abísmica do corpo usual,
Esse desconhecido que aparece por ausência na pessoa que conhecemos,
Esse abismo cavado entre vermos e entendermos —
Não é só o cadáver que dói na alma com medo,
Que põe um silêncio no fundo do coração,
As coisas usuais externas de quem morreu
Também perturbam a alma, mas com mais ternura no medo.
Sejam de um inimigo,
Quem pode ver sem saudade a mesa a que ele sentava,
A caneta com que escrevia?
Quem pode ver sem uma angústia própria
A espingarda do caçador desaparecido sem ela para alívio de todos os montes?
O casaco do mendigo morto, onde ele metia as mãos (já ausentes para sempre) na algibeira,
Os brinquedos, horrivelmente arrumados já, da criança morta,
Tudo isso me pesa de repente no entendimento estrangeiro
E uma saudade do tamanho do espaço apavora-me a alma…


Álvaro de Campos nasceu em Tavira, Algarve, Portugal, e depois se mudou para Glasgow, Escócia, onde foi estudar engenharia. Primeiro mecânica, depois naval. "Quase se conclui do que diz Campos, de que, o poeta vulgar sente espontâneamente com a largueza que naturalmente projetaria em versos como os que ele escreve; e depois, refletindo, sujeita essa emoção a cortes e retoques e outras mutilações ou alterações, em obediência a uma regra exterior. Nenhum homem foi alguma vez poeta assim" afirmou Ricardo Reis em um de seus apontamentos. Álvaro de Campos é um dos mais conhecidos heterônimos de Fernando Pessoa.

Depois da queda


02.09.2014

Site Brasil de Fato

Alipio Freire

O grande capital internacional, a direita e os oportunistas nativos querem comemorar
os 50 anos de 64, com um novo golpe.

Não há mais o que esconder.
Todos os motivos nos levam a não mais usar meias palavras: a queda do Cessna que levava o candidato do PSB à Presidência da República foi um atentado. O ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi assassinado.
A grande mídia comercial do Brasil, bem como a internacional, enterrou o assunto - festejam o crescimento da emergente Marina Silva como cabeça de chapa, e não se perguntam sobre a "providência divina" que causou a queda do avião. Um acidente sem motivos é o dogma. Pelo menos até que venha a público (nos próximos 30 dias) o laudo da Comissão responsável pelas investigações. Depois disto - quando o laudo "comprovar" o dogma, este passará a ser uma verdade científica.
(Orai por nós, doutor Augusto Comte. Orai, pois é muita bandeira. É overdose de "Ordem e Progresso")
Se assim for, ao fim e ao cabo restará uma pergunta retórica ficcional, do tipo:
Eram os deuses astronautas?
Quem matou Odete Roithman?
Passados 20 dias do desastre, ninguém mais discute sua origem, ou busca uma explicação. Aliás, a data do "acidente" foi muito bem escolhida: 13 de agosto - infelizmente para os organizadores do sinistro, não era uma sexta-feira. Mas 13 de agosto, por si só, já é "um dia de azar", üm dia aziago" - e tudo poderá ficar explicado através do mágico: talvez uma ação de "forças espirituais nefastas" soltas pelo espaço, como a Aeribu Airlines, a Aerocorbeau Airlines, ou a Aircrow Airways: urubus e corvos, batendo ponto em cumprimento da malfazeja data - embora o sinistro melhor se assemelhe às ações da Condor Airways.
E mais: o número 13 é também o número do Partido dos Trabalhadores.
Imaginem se o vice do candidato Eduardo Campos fosse do PT, o alvoroço que estaria na grande mídia comercial? Diariamente manchetes...
Alguém acredita num acidente sem mandantes, no caso do avião da Malaysia Airlines?
Alguém é capaz de acreditar que o avião da Air Malasya teria caído por influência de forças espirituais maléficas, ou apenas em consequencia do Desejo Divino?
Terá o Divino desejos que - alimentados por sádicos fetiches - exigem sangue e fogo?
Bem se vê que não somos versados em divindades.
A quem servem os dois acidentes?
Certamente aos mesmos senhores.
Que controle tem o Governo brasileiro, os partidos de matriz de esquerda (epecialmente PT e PSB) das intermináveis investigações sobre a causa do "acidente", das explosões de um avião cuja caixa preta nada gravou? Que controle tem a Nação (especialmente os trabalhadores e o povo, que formam sua imbatível e esmagadora maioria) de uma equipe acrescida de "técnicos especialistas dos EUA", que leva a cabo os trabalhos para verificar as causas da queda do Cessna e, sobretudo, da veracidade do laudo que venha a ser emitido?

Das saias justas e das contradições
nas ancas das elites.

Por falar em "técnicos especialistas dos EUA", alguém esquece que até o senhor Lincoln Gordon, embaixador dos EUA no Brasil - que preparou o golpe de 64 - além de diplomata, era funcionário da CIA?
Alguém esquece que o senhor general Vernon Walters, adido Militar dos EUA naquele mesmo tempo em nosso país, teve a tarefa de articular os militares nativos para o golpe, e foi quem deu a palavra final sobre a indicação do marechal Humberto de Alencar Castello Branco para assumir a Presidência em nome dos golpistas?
Tudo bem que o marechal morreria dois anos depois, também de um acidente aéreo jamais explicado - mas aí, já são das saias justas e das contradições nas ancas das elites.
Acordemos, meus camaradas!
Acordemos, ou os mesmos de sempre comemorarão os 50 anos do golpe em grande estilo, num grande regabofe...
Em nossa avaliação, estamos no torvelinho de uma complicada e pesadíssima conspiração internacional, meio a um processo de golpe de Estado.
Para isto, base social interna ao nosso país é o que não falta: o oportunismo dos partidos políticos brasileiros (já denunciado em nosso artigo "Novo quadro político - anotações", publicado na edição 599 do "Brasil de Fato") está aí para não nos deixar mentir. Isto, para não falarmos de grande parcela do sindicalismo, além de diversas outras organizações e movimentos de trabalhadores e do povo, somado a ONGs, OSCIPs, etc. - muitos dos quais cooptados por esses mesmos partidos, sem exceção.
Some-se ao quadro, a prática política da troca de "dossiês" para a troca de silêncios.
Ainda que sem qualquer patriotagem, ufanismo ou estupidez do gênero, não podemos esquecer o peso do Brasil em termos mundiais, sobretudo no Cone Sul das Américas. Seja do ponto de vista econômico, político e, por isto mesmo, para a geopolítica das grandes potências.
Do nosso ponto de vista, a conpiração já se manifestou em junho do ano passado (2013), episódio que muitos camaradas entenderam e prosseguem entendendo como um "ascenso dos movimentos dos trabalhadores e do povo", mesmo apesar do Dia Nacional de Luta convocado pelas centrais sindicais e vários movimentos naquele então haver sido um fiasco.
Comparemos: o Comício da Central do Brasil (convocado pelo presidente João Goulart e realizado em 13 de março de 1964) reuniu, numa única praça, cerca de 200 mil pessoas, num momento em que o país tinha cerca de 50 ou 60 milhões de habitantes. Já o Dia Nacional de Luta do ano passado, somando todas as manifestações em todo o Brasil (hoje com mais de 200 milhões de habitantes), chegou a 150 mil pessoas. Nada mais a argumentar.
A propósito: o comício convocado pelo presidente Goulart não foi capaz de sustar o golpe em curso, que seria consumado 18 dias depois.
Frente a isso, porém, o triunfalismo, a apoteose mental, o baluartismo (como dizíamos outrora), o simples e rastaquera oportunismo de uns poucos camaradas da nossa esquerda, consideram junho de 2013 um grande "ascenso das masssas"!!! Para tanto, esquecem os fatos, minimizam ou jogam para baixo do tapete as manipulações, estímulos e apoios reais da direita que envolveram o episódio, iniciado apenas com as manifestações do Movimento Passe Livre (como tem acontecido todos os anos naquele período), e que se desdobraram na campanha contra a presidenta Dilma Rousseff que se estendeu até e durante toda a Copa.

Vivemos num mundo onde, não apenas tudo é possível, como - o que é pior - tudo é permitido.
O pior dos mundos.

Entre as manifestações daquele junho - não sabemos se os leitores se recordam pelo menos de dois episódios: além do fato do "Estadão" on line ter feito um apelo no sentido de que todos os que tivessem wi-fi, os disponibilizassem para a convocação das manifestações, houve até a campanha do "Change Brazil", nos EUA, estrelada por Lady Gaga, suas gaguetes e outras chesters; por Mark Zuckerberg - dono do fez-se-buque; e por um industrial estadunidense com negócios no Rio, cujo nome agora nos foge.
O contraponto mínimo a tudo isto, que se esperava, era que o nosso PT nos oferecesse uma análise dos acontecimentos, e apontasse um Norte político. Doce ilusão. O silêncio político do PT foi total (ainda que com idas e voltas) e os personagens do partido e dos seus Governos que se manifestaram, teriam feito melhor se houvessem permanecido calados: o prefeito petista de São Paulo, Fernando Haddad, que estava em Paris, rivalizou com o senhor Geraldo Alckmin (também em Paris naquele momento), no que diz respeito a clamar por mais repressão - errou de foto para a qual pretendeu posar; e o ministro José Eduardo Cardozo ofereceu tropas federais (na ocasião, escrevemos e publicamos artigo a respeito). As atitudes do prefeito Haddad e do ministro Cardozo só se justificariam se eles tivessem (e expusessem publicamente) informações sobre alguma conspiração em andamento.
Entrementes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que se pretende a maior liderança popular do nosso País - sumiu do Brasil, tendo sido encontrado (por habilidade e "inconveniência" do jornalista Flávio Aguiar) participando de uma reunião secreta de chefes de Estado e banqueiros, em Berlim. Reapareceria dias depois (desta vez não mais "incógnito") dando uma entrevista para o "New York Times". E foi meio a toda essa "geléia" que surgiram as primeiras manifestações do "Volta Lula".
Change Brazil = volta Lula? - até hoje não nos ficou claro.
Alguém acredita na eclosão espontânea da Primavera Árabe e/ou na versão de que tudo foi consequencia apenas da ação das redes sociais?
Alguém comprova que o cadáver jogado ao mar pelas forças militares estadunidenses seria mesmo do terrorista Bin Laden - conforme divulgou a mídia "democrática, ocidental e cristã"?
Alguém concorda que as lutas de resistência dos povos que têm seus países invadidos pelos EUA e seus parceiros, são "ações de rebeldes"?
Glosamos todos e cada um desses fatos e episódios em nossos artigos ao longo de então (junho de 2003) até semana passada. Está tudo devidamente registrado.
Bacon - o filósofo inglês, afirmava há séculos que, "Embora nem tudo seja permitido, tudo é possível", uma visão que consideramos otimista nesta fase neoliberal do capitalismo, quando vivemos num mundo onde, não apenas tudo é possível, como - o que é pior - tudo é permitido.
O pior dos mundos.
Um mundo no qual cai - até hoje inexplicável e inexplicadamente - o avião do candidato Eduardo Campos, colocando de pernas para o ar e de cabeça para baixo todo um processo eleitoral, e tudo segue placidamente seu curso "natural": simplesmente o candidato Campos é substituído por sua vice que, sempre ávida de estar por toda parte e sair em todas as fotos, não viajou com o cabeça de sua chapa, apesar dele haver insistido - conforme foi noticiado no dia seguinte ao seu assassinato.
Para acobertar melhor a explicação ainda não dada a respeito da queda do Cessna, o avião viraria assunto na grande mídia, numa investigação sobre sua propriedade, origem e dinheiro da compra, leasing, ou aluguel. Obviamente, tudo isto recaindo nas costas do candidato morto, uma vez que a dona Marina é uma Santa, uma Pura, e jamais soube de nada.

Ainda bem que Teresa, uma nossa amiga de Lisboa, já nos havia explicado: "O trauma é o melhor amigo do homem".
Aliás, numa fala enviesada na tentativa de responder o motivo pelo qual não estava a bordo no Cessna no dia do acidente, e ao mesmo tempo se manter distante das investigações a respeito da propriedade do avião, a senhora Marina Silva declarou ao jornal O Estado de São Paulo (02.09.2014), que tem medo "mesmo de avião de carreira", e que entrou "apenas seis vezes no jato usado por Eduardo Campos". Todo esse medo, confessou à repórter Sonia Racy, se origina "de dois traumas na Amazônia".
(Ainda bem que Teresa, uma nossa amiga de Lisboa, já nos havia explicado: "O trauma é o melhor amigo do homem").
Mas, não esqueçamos de juntar as pontas: um avião de propriedade obscura (e de explicação confusa) completa muito bem o quadro de um acidente inexplicado e sem gravação na caixa preta. Ou estamos errados?
Aliás, parece-nos que o hit agora é não juntar pontas.O neoliberalismo imprescinde da pós-modernidade. É tudo fragmento; tudo acaso - "just because". "Sabe, bicho, pintou... daí, cara, rolou". - "Demorô!"

Em política, as coincidências crescem ou diminuem na razão direta do crescimento ou diminuição das conspirações.

Por exemplo: até o momento, ninguém - pelo menos em público - se perguntou sobre o fato de o ex-presidente do Superior Tribunal Federal, doutor Joaquim Barbosa (que a aposentadoria o tenha!), ter mandado encarcerar os petistas acusados e condenados por um "mensalão" (que não houve enquanto tal), sem os permitir trabalhar fora do presídio, e o direito de prisão domiciliar de um deles (por motivo de doença), num momento que coincidia exatamente com período anterior às articulações de candidaturas presidencias. Na outra ponta, o mesmo doutor Barbosa, os liberaria para o trabalho fora do presídio e para a prisão domiciliar, tão logo acabaram as convenções partidárias... Esta segunda ponta, também por coincidência, acompanhada do pedido de aposentadoria do juiz Barbosa, exatamente no auge da disputa da Copa, quando todas as atenções estavam voltadas para o torneio, e os atos do estriônico e circense presidente do STF passaram desapercebidos da opinião pública.
Ora, independentemente das opiniões políticas e/ou morais a respeito do ex-ministro e ex-presidente do PT José Dirceu de Oliveira e Silva, do ex-presidente partidário José Genoíno Neto, ou do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, Delúbio Soares, todos havemos de concordar que são três grandes articuladores políticos. Mas - Que pena! - por mera coincidência, ficaram alijados exatamente no momento crucial dos conchavos e decisões dos partidos sobre a sucessão... Mas, felizmente, foram atendidos em seus direitos depois de passado o perigo das convenções partidárias.
Não esquecemos que em dois ou três dos nosso artgos, perguntamos a serviço de quem e do que estaria o doutor presidente Barbosa, e quem estaria por detrás de suas atitudes.
Assim acreditamos poder pensar e dizer sem medo de errar: em política, as coincidências crescem ou diminuem na razão direta do crescimento ou diminuição das conspirações.
Repetimos a pergunta, agora acrescida:
Alguém acredita num acidente sem mandantes, no caso do avião da Malaysia Airlines?
Se não acredita, alguém aceita a hipótese de que tenha sido o presidente russo Vladimir Putin quem mandou derrubar a aeronave?
E as Torres gêmeas de Nova York?
E o Incêndio do Reichstag - quem ordenou tocar fogo no Parlamento alemão em 27 de fevereiro de 1933, incinerando a República de Weimar e, no início do ano seguinte, e marcarcando a ascensão de Hitler e do seu partido?
Enquanto isto, um bando de pacóvios da esquerda, esquecidos de que devemos conspirar, acreditam que os inimigos e adversários não o fazem: tudo em nome de que "não podemos ter um visão conspirativa da História" - verdadeiras virgens: donzeis e donzelas! Uns repetem esse refrão (ou será um mantra?) por absoluta ignorância; outros, sem dúvida, por terem o rabo preso. Ora, não ter uma visao conspirativa da História, não implica concluir que os adversários e inimigos não conspiram, nem nos deve levar a esquecer/abrir mão de conspirar.
Mais ainda: condicionados a um modelo de golpe de Estado que pressupõe a intervenção direta das Forças Armadas - como os que ocorreram nos anos 1960-1970 especialmente no Cone Sul (ainda que não apenas), muitos camaradas têm dificuldade de localizar e perceber o significado dos novos mecanismos que vêm sendo utilizados no presente pelo grande capital internacional, para seus golpes de Estado.

Para reforçar o que vimos dizendo, citamos o artigo "Brasil. Como sobreviver?" do economista
Adriano Benayon, filiado ao PSB.

Para reforçar o que vimos dizendo, citamos o artigo "Brasil. Como sobreviver?" (01.09.2014) do economista Adriano Benayon, filiado ao PSB, que recebemos enquanto escrevíamos este texto.
Com razão e fundamento, depois de toda uma análise das articulações econômicas e políticas, ele afirma:
"De fato, estamos diante de um golpe de Estado perpetrado por meios aparentemente legais, incluindo as eleições. Parafraseando o Barão de Itararé, há mais coisas no ar, além da explosão de avião contratado por um candidato em campanha. (grifos do Autor)
"(...)
"Golpes de Estado podem ser dados através de parlamentos, poderes judiciários, além de lances como os que estão em andamento. Agora, a moda adotada pelo império angloamericano, como se viu em Honduras e no Paraguai, na suposta primavera árabe, na Ucrânia etc., é promover golpes de Estado, sem recorrer às forças armadas, as quais, de resto, no Brasil, têm sido esvaziadas e enfraquecidas, a partir dos governos dirigidos por Collor e FHC".
Resta-nos apenas uma dúvida: a senhora Marina é o plano pra valer dos conspiradores, ou apenas um atalho para voltar a um Plano A?

Frente a tudo isto, resta-nos apenas uma dúvida:
a senhora Marina é o plano pra valer dos conspiradores, ou apenas um atalho para voltar a um Plano A?
Enfim, como está marcado para as vésperas da eleição o anúncio do resultado (o laudo) das investigações sobre a origem do desastre que matou o candidato Eduardo Campos, sua equipe e a tripulação do Cessna, quem sabe, independentemente de qual seja o resultado, o assunto gere uma comoção e reação social - animada por vândalos anônimos - que leve ao adiamento do pleito, criando um interregno onde possam ser iniciadas negociações em torno de nomes mais "consensuais" e mais confiáveis para o grande capital internacional e suas bases sociais internas, que a senhora Marina. Candidatos não faltarão. Quem sabe o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso repita o que fez durante o início da abertura da segunda metade dos anos 1970 (denunciado algumas vezes por Jânio de Freitas em sua coluna, e jamais desmentido) e se apresente - como fez com os militares naquele então - para dirigir esta nova transação...? Tem gente que sonha ser José Sarney a todo custo - mesmo o Príncipe dos Sociólogos, já derrotado uma vez pelo Beletrista, pode ter uma recaída.
Como já dissemos, tudo é possível e, sobretudo, tudo é permitido na nova ordem mundial.
Não temos qualquer dúvida, porém, que o alvo dos conspiradores é o Governo da presidenta Dilma Rousseff e sua reeleição, e não o PT em geral. Outros petistas de "primeira grandeza" certamente seriam muito bem recebidos (com pompa e circunstância) no banquete dos Rothschild, Morgan e seus pares e sócios brasileiros.

Desde o golpe de 64, o Governo da presidenta Dilma Rousseff foi o que mais avançou em termos da defesa da nossa integridade territorial e soberania.

O Governo da presidenta Dilma Rousseff, sem dúvida, fez uma série de concessões aos neoliberais. Mas isto deve ser pensado num quadro real do país e da política: a decisão das forças hegemônicas do PT de governar a todo custo, não importando as alianças necessárias para eleger seus candidatos e garantir suas "governabilidades"; o abandono do seu partido de uma política de construção das organizações independentes e autônomas da classe trabalhadora e do povo - que deveriam ser seus principais aliados e base de governabilidade; o dever de cumprir compromissos assumidos pelo seu antecessor - como, por exemplo, todos os acordos a respeito da Copa; e tudo isto num país rico em matérias primas estratégicas, mas praticamente desprovido de defesa militar, reduzidas - desde a adoção da Doutrina de Segurança Nacional, logo após o fim da Segunda Guerra, a forças de ocupação interna do Império estadunidense e à condição de polícias; num país que tem petróleo e nióbio (entre outras minerações) mas não tem bomba atômica ou outros armamentos indispensáveis à nossa defesa. Todos esses fatores juntos certamente não permitiram (e tentarão sempre jamais permitir) rumos muito diferentes daqueles tomados pela presidenta,, se entendemos que a luta política é ditada pela correlação de forças, e não por vontades, desejos ou fetiches.
Entretanto, apesar de tudo isto, em nossa opinião, o Governo Dilma Rousseff - desde o golpe de 64 - foi o que mais avançou em termos da defesa da nossa integridade territorial, soberania e dignidade, contrariando Washington, a banca internacional e suas bases sociais internas que não engolem, até hoje, algumas atitudes e decisões da presidenta.
Apenas como exemplos mais recentes das decisões tomadas pela nossa chefa de Governo e de Estado, e absolutamente intragáveis (e intragadas) pelos ianques: o cancelamento de sua (da presidenta Dilma) viagem aos EUA, depois da publicização da espionagem de Washington, incluindo até seus telefonemas pessoais; a ativação do BRICS e a criação do Novo Banco de Desenvolvimento; o fato do Pré-Sal ter começado a ser explorado e da China haver vencido o leilão do Campo de Lira (Pré-Sal).
Também por coincidência ou por inspiração divina, a candidata Marina Silva - assessorada e coordenada pela senhora Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú (outra coincidência) - já declarou que seu Governo diminuirá sua ação junto ao BRICS, bem como a exploração das reservas do Pré-Sal.
Aliás, é bom lembrar que o Pré-Sal, embora descoberto pelos brasileiros há apenas 13 ou 14 anos (segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso), já devia ser - muito provavelmente - do conhecimento da Casa Branca e dos seus órgãos de inteligência pelo menos desde os anos 1970, quando o Governo do general Emílio Garrastazu Médici autorizou um completo levantamento aerofotogramétrico do nosso território - palmo a palmo - pelo Governo de Washington.
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Alipio Freire

jornalista, escritor, artista plástico e cineasta, integra os Conselhos Editoriais do jornal Brasil de Fato e da Editora Expressão Popular; é membro do Conselho Curador do Memorial da Anistia (BH-MG), e colabora com diversas publicações populares e de esquerda.

a vaidade pode levar o político a cometer um dos pecados fatais




"Max Weber observou que a vaidade pode levar o político a cometer um dos pecados fatais em política, ou ambos, simultaneamente: se abster de assumir uma causa e do sentimento de responsabilidade. Se o político está sujeito à vaidade, o intelectual padece da mesma doença. “A vaidade é um traço comum e, talvez, não haja pessoa alguma que dela esteja totalmente isenta. Nos meios científicos e universitários, ela chega a constituir-se numa espécie de moléstia profissional”, sentencia Weber. (grifos nosso) Não obstante, o sociólogo alemão é condescendente com os colegas acadêmicos, pois considera que a vaidade do intelectual não oferece tanto risco à sua atividade quanto o que ocorre em relação ao político: “Contudo, quando se manifesta no cientista, por mais antipatia que provoque, mostra-se relativamente inofensiva, no sentido de que, via de regra, não lhe perturba a atividade científica”. (WEBER, 1993: 107) Será?! Para o estudante ou o colega que tem que suportar a vaidade desmedida, talvez seja o oposto que ocorra. Do ponto de vista puramente empírico, os que nos oferecem mais riscos são os que estão mais próximos!"

Antonio Ozai da Silva...UE-M

69. http://www.espacoacademico.com.br/045/45pol.htm

Toda a barbárie é cometida na África e perpetrada por comunistas.

Na guerra entre a Sérvia e a Bósnia nos anos 90 o estupro era a arma dos sérvios para eliminar para sempre a motivação de luta dos eslavos muçulmanos bósnios tidos como negadores do cristo e por isso indignos de compaixão pela extrema direita sérvia.O crime bania da comunidade a vitima que carregava em seu útero a lembrança eterna da violação , correntes que a prendiam numa masmorra mental para o resto de sua vida. Nas chamadas atrocidades búlgaras , no começo do século xx os otomanos praticavam os mais terríveis abusos contra as populações búlgaras que lutavam pela sua emancipação e precisamos elencar o comportamento das civilizadas tropas alemãs nazistas particularmente no Leste ou as japonesas em Nanquim. e asiáticos ,assim como qualquer povo não tem o direito de mostrar o dedo inquisidor a outrem , sem derramar o sangue em suas próprias mãos. O genocídio dos povos originais tanto ao norte como ao sul do continente americano não foi obra de europeus  e provavelmente eles também eram comunistas.

Wilson Roberto Nogueira

racismo

O fenômeno "racismo " é mundial; em alguns países é ou foi institucional e atualmente é aberto  ,em outros escamoteado, dissimulado, o que me causa espécie é, quando suas vítimas adotam discursos racistas e até ingressam em partidos fascistas.O racismo introjetado é a herança maldita dessa patologia social que precisa ser erradicada.

Wilson Roberto Nogueira

El pasado inexacto de Rusia


24 de octubre de 2013 Fran Martínez, Rusia Hoy

Libros de memorias, novelas históricas, biografías… el número de publicaciones sobre el pasado ha crecido exponencialmente en Rusia durante la última década, al igual que blogs, foros en internet y películas que tratan de recontar hechos históricos. No obstante, la cantidad no siempre conlleva calidad; en muchos casos los autores de estas obras no cuentan con una formación académica contrastada, en otros la historia es utilizada para justificar ambiciones políticas.

La obra de Boris Mijáilov vendida por 13.750 libras. El cuadro es único por sus tintes de anilina pintados a mano. Mikhailov se describe como uno de los fotógrafos más importantes de la antigua Unión Soviética. Fuente: cortesía de Sotheby 's
¿Pero por qué este interés en el pasado? Como en muchas otras sociedades occidentales, la retro-utopia se ha multiplicado como una pandemia también en Rusia. Sin embargo, la necesidad de recuperar símbolos del pasado no se limita a una moda, ni a expresiones artísticas, sino que aquí también es promovida por las autoridades.
Lo podemos ver en el cambio de los días festivos en el calendario, o en la recuperación de rituales oficiales, desfiles militares y símbolos de poder. Algunos investigadores lo presentan como nostalgia, pero parece ser más complicado.
Tras el colapso de la Unión Soviética apareció la necesidad de crear una nueva identidad colectiva. Además, los continuos y radicales cambios políticos, y la reescritura de la historia que cada uno de ellos ha conllevado, ha hecho que los rusos sean escépticos con el pasado y al mismo tiempo crean que las respuestas de los problemas del presente puedan estar por ahí detrás.
Dice Iliá Kalinin, editor de NZ (Neprikosnovennyi Zapas), que en Rusia la historia es tratada como si fuera un recurso natural. De la misma forma que la economía rusa depende de la extracción de gas y petróleo, la modernización del país también se basa en la explotación del pasado para crear cohesión social y apoyo al gobierno. El precio a pagar es doble, por un lado dificulta el conocimiento verdadero de los hechos acontecidos, por otro limita todas las posibles alternativas de futuro a las narraciones del pasado.
Para Alexander Etkind, profesor del Instituto Europeo de Florencia, el abuso de la memoria en Rusia acaba produciendo un ‘luto retorcido’, en el que lo importante no es el evento que se honra sino la emoción colectiva que se crea.
También Serguéi Oushakine lo cree así. Para este profesor de la universidad de Princeton lo valorado en Rusia no es el conocimiento de la historia, sino la familiaridad de los símbolos del pasado, los cuales producen un efecto de estructuración social.
Probablemente el mejor ejemplo de este abuso del pasado emotivo es la continua evocación de la Segunda Guerra Mundial (Gran Guerra Patria); en Rusia presentada como una experiencia intergeneracional que unifica la sociedad, justifica sacrificios y ahuyenta críticas políticas.
Es por eso que Oushakine considera que en Rusia el pasado sólo es relevante como fuente de símbolos, rituales y legitimidades en el presente. Formas que con frecuencia no tienen nada a ver con el contexto original.
Muchos han sido los que han criticado el pasado ruso. Desde los clásicos Lomonósov, Karamzin o Tatishev, que lamentaban el excesivo ‘germanismo’ de las interpretaciones, a Vasili Rozánov, que dijo que “en Rusia no hay ni sol ni pasado”, o Piotr Chaadaev, quien aseguró que Rusia no cuenta con una buena historia para convertirse en un país moderno.
En parte, todas estas interpretaciones podrían ser vistas como ‘psicoanalíticas’, porque ven los legados del pasado como una carga, siempre problemáticos. Lo curioso, en Rusia, es que cada nuevo gobierno reacciona contra ese pasado con obsesivos intentos de reescribir la historia.
Volver a ser una gran potencia
El intento de golpe de Estado de 1991 cae en el olvido
Esto ha creado no sólo problemas políticos, sino también de educación. Tantas nuevas versiones de la historia han aparecido –muchas de ellas politizadas- que incluso el primer ministro Dmitri Medvédev reconoció “que los libros escolares van a acabar por convertir la cabezas de los niños en kasha (una papilla)”.
Panarin, Dugin, Tsimburski, Karagánov, Fomenko… todos ellos han realizado su personal reescritura de la historia vendiendo miles de libros. En el caso de Anatoli Fomenko incluso argumenta que 1.000 años de nuestra historia no han existido, que Cristóbal Colón era cosaco, que la catedral de Haghia Sofia (en Estambul) y el templo de Salomón son lo mismo, o que Jesucristo era en realidad el Emperador bizantino Andronikos Komnenos I. También que la dinastía Románov fabricó el enfrentamiento entre rusos y tártaros, ya que Rusia nunca fue invadida por los mongoles sino que ellos mismos eran los mongoles.
Por supuesto, esta obsesión por reescribir el pasado no se limita sólo a Rusia. La diferencia aquí es que después de tantos cambios políticos radicales (cristiandad, mongoles, Iván el Terrible, Pedro el Grande, Revolución bolchevique, colapso soviético…) se han creado tantos huecos históricos y reescrito tanto el pasado que se ha perdido el sentido de realidad.

Parece que lo importante son los símbolos y la emotividad que producen. Esto recuerda al eslogan del partido que George Orwell describe en 1984: “Quien controla el pasado controla el futuro; quien controla el presente controla el pasado”.

Las enseñanzas militares de la Horda de Oro


18 de junio de 2014 Alexander Vershinin, para RBTH

Vasallos del Imperio mongol durante más de dos siglos, los rusos aprendieron de sus conquistadores porque estudiaron cuidadosamente sus tácticas militares hasta que finalmente se fortalecieron lo suficiente para utilizar lo que habían aprendido como para vencer, batalla tras batalla, a sus antiguos señores, abriendo así el camino a la formación del Estado ruso.

A finales del siglo XII los mongoles liderados por Gengis Kan revolucionaron el arte de la guerra. Fuente: Rudolf Kucherov / Ria Novosti
Fundado por Gengis Kan, el ejército del Imperio mongol se reveló como una de las maquinarias militares más modernas de la historia de la Humanidad. Su organización perfecta, férrea disciplina, tácticas sofisticadas y poderoso armamento perfeccionaron a estos nómadas hasta convertirlos en una amenaza mortal para los pueblos de Asia y Europa.
Verdaderos pioneros del arte de la guerra, los mongoles ya asediaban fortalezas con artillería 100 años antes que los europeos. Incluso en ausencia de comunicaciones y canales de suministro, podían movilizar y equipar una tropa numerosa, desplazarse miles de kilómetros y atacar, aparentemente salidos de la nada. Estos hijos de la estepa también eran hábiles constructores de barcos de guerra y su flota estuvo peligrosamente cerca de conquistar Japón a finales del siglo XIII.
Tras poner de rodillas al Imperio chino, la Horda de Oro irrumpió a través de Asia Central para atacar el sur del Cáucaso y la antigua Rus, llegando incluso hasta el mar Adriático.
De todos los pueblos que conquistaron las hordas de Gengis Kan, los rusos resultaron ser los más capaces en adoptar las técnicas del invasor, mientras aprendían duras lecciones de sus propios errores y sus amargas derrotas en batalla.
En 1223 el jefe mongol, Gengis Kan, fingió una retirada para engañar y aniquilar así los ejércitos de los príncipes de Rus en el río Kalka, actualmente la región de Donetsk, en Ucrania. En 1238, la caballería de Batu Kan adelantó a las fuerzas rusas por los flancos, las rodeó y las aniquiló en el río Sit, en lo que es hoy la región de Yaroslavl. Y en 1377 los mongoles aprovecharon su superioridad en las labores de reconocimiento del terreno para localizar a su enemigo y aplastar las tropas rusas en el río Piana, en la región de Nizhni Novgorod.
Donskói derrota a los mongoles
Para resistir los ataques mongoles, los rusos tuvieron que adquirir sus mismas habilidades: movimientos de reconocimiento, tácticas de lucha a caballo y emboscadas. Y a partir del siglo XIV, los mongoles también empezaron a sufrir derrotas, a medida que los príncipes moscovitas conseguían que cambiasen las tornas.
En 1378, en la batalla del río Vozha, en la región de Riazán, los ejércitos de Dmitri Donskói formaron en arco, como los mongoles, y atrajeron al enemigo hacia el centro de la horquilla para destruirlo. Dos años después, las fuerzas mongolas sufrieron la peor derrota de su historia en la batalla de Kulíkovo, derrotados otra vez con sus propias armas, esta vez en una emboscada.

Pero los mongoles no solo enseñaron a los rusos a luchar. A lo largo de los siglos llegaron a formar parte integrante del Ejército ruso. La caballería tártara encarnaba las tradiciones guerreras de los jinetes de Gengis Kan y sembró el terror entre los enemigos europeos del zar.
Durante la Guerra Livona en el siglo XVI, los comandantes de Iván el Terrible ganaron muchas batallas contra los alemanes, los polacos y los suecos, triturando al enemigo mediante raids rápidos, cargas de caballería y las singulares tácticas de retaguardia de los tártaros.
En el siglo XVIII, Pedro el Grande llevó a cabo su famosa reforma del Ejército ruso siguiendo el modelo europeo, pero decidió no tocar la caballería ligera, un elemento vital de la tradición militar oriental.
La caballería ligera tártara fue evolucionando al mismo tiempo que la caballería de choque, que se convirtió en elemento clave de todos los ejércitos europeos antes del siglo XX. Los jinetes armados con lanzas largas tenían un valor incalculable en el combate a caballo, ya que eran capaces de desmontar a un enemigo con la lanza a pleno galope y rematarlo con el sable.
El zar tenía buenos motivos para admirar las destrezas de los nómadas en la lucha; por tanto, los primeros regimientos de Lanceros Rusos fueron adiestrados por jinetes tártaro de las estepas del Mar Negro. En 1709, en la batalla de Poltava contra el hasta entonces invencible ejército suevo, los jinetes calmucos del Bajo Volga rechazaron un poderoso ataque de la infantería regular y contraatacaron hasta aplastar las filas suecas.
También los cosacos del Don adoptaron las refinadas tácticas bélicas de los tártaros mientras convivían con ellos. Los ejércitos napoleónicos descubrieron en carne propia las habilidades de las gentes de la estepa durante la invasión de Rusa en 1812.

La doble tradición del budismo en Rusia
Igual que los mongoles cansaban, atraían y rodeaban a las fuerzas rusas, los cosacos supusieron una pesadilla para los franceses, con sus ataques relámpago y la destrucción de los convoyes de provisiones. Sobre el papel que tuvieron en la derrota de su ejército, se dice que el propio emperador francés afirmó: “Si tuviese tan solo 10.000 cosacos, conquistaría el mundo entero”.
Aparte de la táctica, el aspecto del guerrero ruso con sus armas también se asemejaba mucho al de los mongoles hasta la reforma militar de Pedro el Grande.
Los primeros sables llegaron a Rusia en el siglo X, pero su uso se generalizó solo después de la invasión mongola. Era el arma perfecta para el jinete, ligero, fácil de blandir y excelente para dar reveses contra enemigos tanto a caballo como a pie. En el siglo XV, el sable ya había desbancado casi completamente a la espada tradicional en Rusia.

Los hijos de Gengis Khan
El arco también se convirtió en una de las armas más indispensables de los soldados rusos. Rusia fue el único país europeo que utilizó consistentemente el “sadaak”, el arma clásica del arquero a caballo, que consistía en un arco tensado en una funda y un carcaj de flechas cubierto. El “saadak” no era solo un arma, sino que también servía como símbolo de estatus en Rusia, al igual que en la cultura mongola. Se sabe que todos los zares anteriores a Pedro el Grande tuvieron un “sadaak” con ornamentos especiales en su tesoro.
Aunque en su día fue uno de los elementos clave que el ejército ruso adoptó de la práctica militar mongola, hoy en día la caballería casi está retirada de los anales de la historia. Pero la tradición militar de los hijos de las estepas aún florece hoy en día en Rusia y en todo el mundo: el grito de “¡Hurra!”, derivado de la raíz mongola “ur”, que quiere decir “golpear”, todavía resuena a través de los siglos desde las terribles cargas de los jinetes de Gengis Kan.

Rudolf Kucherov

O Simpson sempre acreditará na veja e na globo.Simpsons de todo mundo uni-vos em torno da mídia corporativa e seus patrocinadores financeiros made in seja lá o que for desde que eu tenha minhas rosquinhas de ignorância e fé nos dogmas da imagem, do texto sempre imparcial e honesto .

Wilson Roberto Nogueira

A questão Ucraniana .Um outro enfoque

Dois comboios de ajuda humanitária enviados pelos russos e nenhum de kiev ou do "ocidente" a região ucraniana cuja população se identifica com os laços históricos com Moscou, população que sofre um massacre sem a cobertura imparcial da imprensa subserviente aos interesses dos eua , população que procura não ser assassinada se exilando na Polonia revanchista ou na Alemanha dos banqueiros que estão sugando a Europa,não estão se refugiando na Russia.O que as bestas da guerra que atiçam com o sangue de inocentes o partido da guerra em Kiev não querem o bem estar do povo ucraniano e sim acesso ao mar negro e substituir a Russia como supridora de energia a kiev. Nenhum dos oligarcas seja pró Washington -União Européia ou pró Rússia estava interessado na integridade ucraniana ou nas condições de vida de mineiros, operários ou camponeses da Ucrania e sim quanto e como privatizar o estado para enriquecimento próprio e de seus sócios.A guerra é uma fábrica de cadáveres e lucros . Por isso ela jamais deve ser alvo do desejo de quem quer que não seja banqueiro, vendedor de armas, construtoras e incorporadoras,petróleo e gás,proxenetas, vendedores de drogas,de órgãos e politicos que são garantidos com mansões no exterior caso as coisas não deem certo , que são apoiados por aqueles que são conhecidos como criadores de escombros onde antes existiam países como o Iraque, a Libia, a Síria e agora a Ucrânia .


O Ministro brasileiro que para entrar na América tirou os sapatos

Ele poderia estar levando Antrax, o Patriot Act permitiu que o descendente de irlandeses da familia Kennedy(aquele que morreu por último ) fosse barrado-  vai ver que era do Sínn Fein, do Ira ...a paranóia fez com que muitos motoristas de taxi indianos fossem insultados e surrados.Tempos que aproximaram a mão da América a  assinarem leis que tornariam os americanos prisioneiros do medo de serem presos por suspeitarem de suas intenções próximas  do Estado policial que a propaganda americana e seus papagaio de pirata na imprensa corporativa brasileira aponta para países como China e Rússia.

Wilson Roberto Nogueira

Títulos do Tio Sam

penso que a economia brasileira não tenha ainda escala para comprar um bom lote de títulos do tesouro dos EUA , e nem avalio se é da conveniência do Brasil comprá-los.A China, o Japão , a Alemanha , a Arabia Saudita e Rússia possuem títulos do tesouro americano e o Brasil também , qual é a contraparte ...nosso "grau de investimento " analisado por empresas " idôneas" como Stanley & Poors ,et alii do mesmo quilate. Interessa ao capital produtivo ou ao especulativo , mais a tubarões como Soros sempre metido em politica e abutres como esses que estão tirando as últimas carnes da brava  Argentina .

Wilson Roberto Nogueira

Dificuldades a quem quiser na América Latina furar o bloqueio à Rússia

Os EUA seus sócios britânicos e os lacaios, desculpe parceiros da UE farão as pressões mais vis contra o Brasil e as empresas brasileiras que comerciarem com a Rússia , antes terão que apoiar candidaturas que desejem uma relação carnal ou mesmo no" plano espíritual" com o Tio Sam,que desmonte todas essas pontes a começar pelos Brics, mercosur, caspa (que nome feio ),unasur, unila e adira aos acordos patrocinados pelos EUA . Existe o custo Brasil e um oceano até a Rússia onde tudo pode acontecer .A Rússia perder o controle do Mar Negro ,Fecharem os Dardanelos ,o Báltico restando o Pacifico , atravessar o Canal do Panamá .A estrada do Pacifico acabou de ser construída, ainda não, ainda é projeto brecado por questões ambientais ou indigenas?Os EUA está rindo de orelha a orelha até poria suas fichas, digo dólares em ongs só para ver como o Brasil ilhado ajudaria a Rússia do isolamento, em que ela não estará graças a China.A não ser que os EUA espalhe a cizania entre India e China .Nada impede que surjam problemas no Penjab, Cashmir na India e em Sinkiang na China com fundamentalistas islâmicos .Fomentar desestabilizações é produto de situações conjunturais internas que são apoiadas por circunstancias externas.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, 6 de setembro de 2014

Siga o dinheiro” e vai encontrar quem manda nas campanhas

DOAÇÕES ELEITORAIS: “FOLLOW THE MONEY” – Por Markus Sokol
Por andremachado em 5 de setembro de 2014 às 20:44.

“Siga o dinheiro” e vai encontrar quem manda nas campanhas

A popular expressão inglesa “follow the money” (siga o dinheiro) é utilizada para encontrar a origem de algum fato extraordinário. Ela explica também muita coisa do atual quadro eleitoral do Brasil, como se deduz das doações eleitorais feitas a partidos e candidatos.

O site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou uma primeira parcial da prestação de contas em que foram computadas todas as doações, para todos os cargos, em todas as unidades da federação (OESP, 01.09.14).

A eleição mais cara da história já movimentou R$ 475 milhões até 29 de agosto. O mais milionário dos beneficiários foi o PMDB, com R$ 109 milhões, um quarto do total!

Ele foi seguido pelo PSDB, com R$ 80 milhões, e o PSB com R$ 40 milhões. Só em quarto lugar, vem o partido de maior bancada no Congresso, o PT de Dilma, então favorita na corrida ao Planalto, com R$ 35 milhões, seguido do PP e do PSD com R$ 30 milhões cada.

“Para que nada mude”

A vontade da maioria dos grandes doadores – algumas dezenas de grandes empresas nacionais e internacionais (construtoras, bancos, agronegócio, indústrias) – é clara.

No mínimo, “mudar a distribuição do poder, quando se compara o valor arrecadado pelo PT com seu peso na Câmara”, diz o Estadão. Mudar em favor do PMDB, o partido que participou de todos os governos federais dos últimos 30 anos, desde o fim da ditadura (com um intervalo no breve mandato de Collor).

O próprio jornalista, José Roberto de Toledo, diz que “a causa é a conseqüência: não importa quem vença, o PMDB estará no poder”. E acrescenta, “é uma conexão orgânica, institucional – do poder financeiro com o poder de fato. Bancar o PMDB é uma maneira de assegura que nada mude”. E conclui: “Se não reverter logo a falta de dinheiro, o partido (PT) corre o risco de uma derrota eleitoral histórica”.

O dinheiro não é neutro, e nesta eleição multimilionária joga para que “nada mude” e diminui para o PT que hoje, diferente dos anos 80, em boa parte depende dessas doações: o uso do cachimbo deixa a boca torta!

A fragilização do PT é perigosa. Outra diferença importante entre as doações ao PT e ao PMDB, é que 3 em cada 4 reais são arrecadados por candidatos do PT, enquanto que no PMDB é o contrário: 3 em cada 4 vão para as direções partidárias repassarem aos candidatos. Quer dizer, os doadores apostam na desagregação do PT.

Mais que nunca, Constituinte!

A situação não é desesperadora, pois foi o próprio PT quem levantou a luta contra o financiamento empresarial (defendendo o financiamento público de campanhas), um ponto central da reforma política que só uma Constituinte Soberana e Exclusiva fará. Desse Congresso dominado pelo PMDB não se pode esperar o mesmo.

Daí, que o PT e Dilma podem fazer deste limão uma limonada: abraçar a bandeira da Constituinte, colocá-la no centro do debate eleitoral, desde os programas de TV, tocar o sentimento popular de repulsa ao controle empresarial da política, frustrando assim as expectativas do Estadão e fazendo dessa eleição, na verdade, uma “vitória histórica”.

Abrir caminho para a Constituinte, e daí para as reformas populares, a reforma agrária, a reestatização, as verbas para o serviço público e não para o superávit primário, é o que se espera do PT.

Markus Sokol


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

comentários politicos

Sérgio Braga____________Não sou marketeiro, mas repito o que venho falando desde o início do ano passado: se o PT continuar usando essa estratégia Eduardo Jorge ("Eu não tenho nada a ver com isso") para lidar com algumas críticas ao governo, vai terminar dando essa eleição de graça para a Marina e para a oposição conservadora. Eu acho que um pouco de modéstia não faz mal a ninguém , e é preciso reconhecer alguns erros e fazer uma correção de rota que ainda dá para reverter os resultados tranquilamente. Lembro que a soberba burocrática de alta classe média intelectualizada já levou o PT a uma derrota feia para o Kassab -- e todo o retrocesso que ele representou -- na prefeitura de São Paulo em 2006. Não adianta só ficar colocando a culpa no suposto "estilo tecnocrático" e "ausência de carisma" da Dilma e chamar o Lula de volta; minha opinião é que o buraco é mais embaixo. Mas posso estar enganado, claro...O futuro o dirá e espero que nos poupe das racionalizações ex-post de costume.

Luiz Domingos Costa_______________ concordo, professor. Há alguns meses li um troço no qual o Gilberto Carvalho fazia essa autocrítica. Mas parece que não foi ouvido o suficiente para a eleição
Sérgio Braga Alguns setores do PT hoje me lembram muito do Partidão de antigamente, e a velha esquerda populista e autoritária (Brizola etc., para não falar no Requião). Você fazia uma criticazinha qualquer ao que ocorria na cortina-de-ferro e o pessoal o considerava quase que como um traidor; até as sobrancelhas do Brezhnev eram consideradas "fashion". Bem; a prova do pudim está em come-lo. Acho inclusive que se deve tratar carinhosamente alguns segmentos do eleitorado da Marina, pois muito deles poderiam estar no PT de ontem ou podem voltar ao PT de amanhã.

Adriano Codato_____________________ Crítica & Autocrítica


Lafaiete Neves_______________________ Essa falta de autocrítica e que faz o PT perder inclusive seus militantes.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Deixo o poema "Nalgum lugar".

Deixo o poema "Nalgum lugar".
.
nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além
de qualquer experiência, teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto
*
teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente, misteriosamente)a sua primeira rosa
*
ou se quiseres me ver fechado, eu e
minha vida nos fecharemos belamente, de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;
*
nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua imensa fragilidade: cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira
*
(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre; só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas
.

[e. e. cummings: tradução de Augusto de Campos]

Eu, que eu possa descansar em paz


Yehuda Amichai 1924 - 2000.

Eu, que eu possa descansar em paz
eu, que ainda estou vivo e digo:
que eu possa ter paz no que tenho de vida.
eu quero paz agora mesmo, enquanto ainda estou vivo.
não quero esperar como aquele piedoso que almejava
uma perna do trono de ouro do Paraíso. Quero uma cadeira
de quatro pernas, aqui mesmo, uma cadeira simples de madeira.
Quero o resto de minha paz agora.
Vivi minha vida em guerras de toda espécie: batalhas dentro e fora,
combate cara a cara, a cara sempre a minha mesmo,
minha cara de amante, minha cara de inimigo
Guerras com velhas armas, paus e pedras, machado enferrujado, palavras,
rasgão de faca cega, amor e ódio,
e guerra com armas de último forno, metralha, míssil,
palavras, minas terrestres explodindo, amor e ódio.
Não quero cumprir a profecia de meus pais de que vida é guerra
Eu quero paz com todo meu corpo e em toda minha alma.
Descansem-me em paz...

tradução: Millor Fernandes
poema sobre o amor eterno
inventaram um amor eterno. trouxeram-no em braços para o meio das pessoas e ali ficou, à espera que lhe falassem. mas ninguém entendeu a necessidade de sedução. pouco a pouco, as pessoas voltaram a casa convictas de que seria falso alarme, e o amor eterno tombou no chão. não estava desesperado, nada do que é eterno tem pressa, estava só surpreso. um dia, do outro lado da vida, trouxeram um animal de duzentos metros e mil bocas e, por ocupar muito espaço, o amor eterno deslizou para fora da praça. ficou muito discreto, algo sujo. foi como um louco o viu e acreditou nas suas intenções. carregou-o para dentro do seu coração, fugindo no exacto momento em que o animal de duzentos metros e mil bocas se preparava para o devorar
valter hugo mãe

Desacelera fortemente a onda

Desacelera fortemente a onda Marina e a sua estagnação no segundo turno pode ser indício de queda e inversão de curvas, dependendo das novas ações políticas e erratas de Marina. Pesquisa ibope de hoje, 3 de setembro. Dilma voltou a crescer no primeiro turno e cresceu novamente no segundo turno, diminuindo a diferença em relação à pesquisa anterior. Dilma cresceu e inverteu a sua curva no segundo turno contra Marina - o dado mais importante desta pesquisa, na minha opinião. Aécio foi canibalizado e coloca em risco a continuidade do PSDB. O segundo turno entre Dilma e Marina pode ser uma Frente Iluminista da modernidade, da inclusão social, da diversidade comportamental, da ciência (dos que acreditam na teoria da evolução) e pela tolerância LGBT no Brasil contra as erratas do fundamentalismo religioso evangélico sectário, os capitais financeiros e os economistas neoliberais associados à Marina e ao seu primitivismo extrativista anti-partidário e anti-institucional. Ricardo Costa de Oliveira 

http://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,dilma-recupera-3-pontos-mas-marina-mantem-favoritismo-no-segundo-turno,1554291

PARADOXOS NAO RESOLVIDOS DA CAMPANHA ELEITORAL

Jose Alvaro Moises

Uma nova política, no entanto, é muito mais do que isso, e deve envolver mudanças substanciais no funcionamento das instituições e no modo como as decisões relevantes são tomadas no país. Aqui entramos em um território diferente, que foi tocado apenas de leve nos debates, mesmo por Marina: diz respeito a como aumentar a participação dos cidadãos, a como dar-lhes mais poder na democracia e a como melhorar tanto as instituições de representação como a justiça. A pauta é ampla e complexa e não se resumem ao mero enunciado de que as decisões de políticas públicas devem ser submetidas a controle social. As propostas têm de responder às distorções do financiamento de campanhas eleitorais, à distância que existe entre representados e representantes, às necessárias mudanças no sistema de representação proporcional, à dificuldade de acesso à justiça pelas pessoas comuns, à assimetria das relações entre Executivo e Legislativo, e assim por diante - mas nada disso entrou, de fato, no debate dos candidatos.



MEU TEXTO COMPLETO SOBRE O NOVO PARANORAMA ELEITORAL PODE SER ACESSADO NO SITE qualidadedademocracia.com.br ou no meu blog pessoal do Estadão.

juicios de valor y juicios de realidad (fragmento)


 Por otra parte, si el valor de las cosas se midiera verdaderamente según el grado de su utilidad social (o individual), el sistema de los valores humanos debería ser revisado y cambiada de arriba abajo, pues el lugar que en él tienen los valores de lujo sería, desde ese punto de vista, incomprensible e injustificable.
Por definición, en efecto, todo aquello que es superfluo o es inútil, o es, al menos, menos útil que cuanto es necesario. Lo supernumerario puede faltar sin afectar gravemente el desenvolvimiento de las funciones vitales. En una palabra: los valores de lujo son dispendiosos por naturaleza, es decir, cuestan más que los beneficios que aportan.

Se explica, pues, que se encuentren doctrinarios que miren tales valores de lujo con mirada desafiante y que se esfuercen por reducirlos a una porción congrua.

Pero no se trata, en verdad, que tales valores tengan un precio más elevado a la vista de los hombres.

Así, el arte todo es cosa de lujo; la actividad estética no se subordina a ningún fin utilitario, sino que se manifiesta por el solo placer de la expresión misma, del mismo modo que la especulación pura, es decir, el pensamiento libre de todo propósito mercenario, desenvolviéndose por el placer de desarrollarse. ¿Quién puede discutir, no obstante, que la humanidad ha colocado en todos los tiempos los valores artísticos y especulativos por encima de los valores económicos?

Tal como la vida intelectual, la vida moral tiene también su estética, que le es propia.

En efecto, las virtudes más altas consisten en el cumplimiento regular y estricto de los actos más inmediatamente necesarios para el buen orden social, sino que están formadas por movimientos libres y espontáneos, sacrificios que nadie exige y que, en ocasiones, son aun contrarios a los preceptos de una prudente economía.

Así, hay virtudes que son locuras, y es precisamente esa locura lo que hace su grandeza.

Spencer ha podido demostrar que la filantropía es a menudo contraria al interés bien entendido de la sociedad; pero su demostración no impedirá a los hombres seguir colocando bien alto en su estimación la virtud que él condena.

La misma vida económica no se ciñe estrictamente a la regla de la economía. Si bien las cosas de lujo son aquellas que cuestan más caras, no ocurre así tan sólo porque, como sucede en general, sean las más raras, ni impide que cosas comunes sean las más estimadas.

Es que la vida, tal como la han concebido los hombres de todos los tiempos, no consiste simplemente en establecer el presupuesto del organismo individual o social, con el objeto de responder con el menor gasto posible a las excitaciones llegadas de afuera, o sea, proporcionar adecuadamente los recursos para las reparaciones necesarias. Vivir es ante todo influir, influir sin límites, por el placer de influir. Y si ciertamente la vida no ha de ir, en ciertos casos, más allá de la economía, es entonces menester acumular para poder gastar y, en tales casos, son los gastos el fin de todo, es decir, que la administración es la acción.

juicios de valor y juicios de realidad (fragmento)
 Por otra parte, si el valor de las cosas se midiera verdaderamente según el grado de su utilidad social (o individual), el sistema de los valores humanos debería ser revisado y cambiada de arriba abajo, pues el lugar que en él tienen los valores de lujo sería, desde ese punto de vista, incomprensible e injustificable.
Por definición, en efecto, todo aquello que es superfluo o es inútil, o es, al menos, menos útil que cuanto es necesario. Lo supernumerario puede faltar sin afectar gravemente el desenvolvimiento de las funciones vitales. En una palabra: los valores de lujo son dispendiosos por naturaleza, es decir, cuestan más que los beneficios que aportan.

Se explica, pues, que se encuentren doctrinarios que miren tales valores de lujo con mirada desafiante y que se esfuercen por reducirlos a una porción congrua.

Pero no se trata, en verdad, que tales valores tengan un precio más elevado a la vista de los hombres.

Así, el arte todo es cosa de lujo; la actividad estética no se subordina a ningún fin utilitario, sino que se manifiesta por el solo placer de la expresión misma, del mismo modo que la especulación pura, es decir, el pensamiento libre de todo propósito mercenario, desenvolviéndose por el placer de desarrollarse. ¿Quién puede discutir, no obstante, que la humanidad ha colocado en todos los tiempos los valores artísticos y especulativos por encima de los valores económicos?

Tal como la vida intelectual, la vida moral tiene también su estética, que le es propia.

En efecto, las virtudes más altas consisten en el cumplimiento regular y estricto de los actos más inmediatamente necesarios para el buen orden social, sino que están formadas por movimientos libres y espontáneos, sacrificios que nadie exige y que, en ocasiones, son aun contrarios a los preceptos de una prudente economía.

Así, hay virtudes que son locuras, y es precisamente esa locura lo que hace su grandeza.

Spencer ha podido demostrar que la filantropía es a menudo contraria al interés bien entendido de la sociedad; pero su demostración no impedirá a los hombres seguir colocando bien alto en su estimación la virtud que él condena.

La misma vida económica no se ciñe estrictamente a la regla de la economía. Si bien las cosas de lujo son aquellas que cuestan más caras, no ocurre así tan sólo porque, como sucede en general, sean las más raras, ni impide que cosas comunes sean las más estimadas.

Es que la vida, tal como la han concebido los hombres de todos los tiempos, no consiste simplemente en establecer el presupuesto del organismo individual o social, con el objeto de responder con el menor gasto posible a las excitaciones llegadas de afuera, o sea, proporcionar adecuadamente los recursos para las reparaciones necesarias. Vivir es ante todo influir, influir sin límites, por el placer de influir. Y si ciertamente la vida no ha de ir, en ciertos casos, más allá de la economía, es entonces menester acumular para poder gastar y, en tales casos, son los gastos el fin de todo, es decir, que la administración es la acción.

Emile Durkheim

(Traducción de José María Bolaño (hijo). Revisión a cargo de José Luis Monereo Pérez)

Esta joya sonora fue un hallazgo de Marion Fourcade difundida después en el blog de Kieran Healy.

—Fuente: Gallica. Bibliotèque numérique


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

livros

"O nível médio daquilo que se publica, seja onde for, é muito baixo. Esta é a verdade em todo o mundo. As pessoas compram coisas que falam sobre o hoje e quando o hoje se tornar ontem já ninguém vai ler aquilo."

"Sinto uma consideração quase nula pelo que, em Portugal, se publica. Desgosta-me a infinidade de romances desonestos, entendendo por desonestidade não a falta de valor intrínseco óbvio (isso existe em toda a parte) mas a rede de lucro rápido através da banalização da vida. Livros reles de autores reles."

"Como leitor, o que eu gosto é de ler e dizer, bolas, é exactamente isto que eu sinto e não era capaz de exprimir. Quando um livro me ensina a explicitar emoções que eu sinto, esse é um livro bom."
"Quando lemos um bom escritor é para nos conhecermos a nós mesmos."

"Há momentos e situações em que o olhar comunica mais que as palavras, isso também é intimidade. Creio que sou capaz de dizer muitas cosas sem falar, é o outro que também tem de compreender e de saber interpretar. Quando se estabelece essa relação de intimidade e de amizade, não é necessário falar. (...) Frequentemente é melhor não o fazer porque as palavras estão muito gastas."

"Isto às vezes é tremendo porque a gente quer exprimir sentimentos em relação a pessoas e as palavras estão gastas e são poucas. E depois aquilo que a gente sente é tão mais forte que as palavras..."

"As relações não são necessariamente falhadas, nós é que as falhamos. E depois os outros têm inveja do amor. (...) Não são nada solidários connosco quando somos felizes. As pessoas têm imensa inveja da felicidade dos outros."

António Lobo Antunes