Aurélio Munhoz
Respondo, de imediato: interessam somente às fontes
pagadoras. Certamente, não ao conjunto da sociedade brasileira. Esta é a razão
pela qual sou totalmente contra as pesquisas eleitorais que mostram as
intenções de votos nos candidatos. Divulgadas como tendências de votos do
eleitorado , as pesquisas na verdade se prestam ao papel de instrumentos
propagandísticos dos candidatos que lideram as sondagens – e, obviamente,
ferramentas de contrapropaganda, nos demais casos. Não se trata de tolher os
direitos dos institutos de pesquisas de apurar a opinião do eleitorado;
vivemos, enfim, em uma economia de mercado. Mas certamente existem outras
posições mais relevantes a serem pesquisadas. Por exemplo, o que as pessoas
esperam dos seus governantes e legisladores na solução dos grandes problemas da
agenda nacional. O problema é que, na medida em que muitas destas pesquisas são
pagas por comitês de campanha, tornam-se inúteis como instrumentos objetivos de
mensuração das intenções de voto. No caso da mídia, idem. Se a opinião do
eleitorado é tão imponderável e se o voto é secreto, qual a efetiva relevância
de se saber em quem as pessoas pretendem votar? Condenem-me.
Nenhum comentário:
Postar um comentário