Ilana Lerner.
Esse é o ano dos filhos na nossa eleição. Nunca vi uma
eleição tão familiar. Se somarmos aí, os netos, sobrinhos e afins, acho que
temos uns 50% dos candidatos disputando o feudo. Filho de peixe, peixinho é, é
isso? Então não voto em nenhum dos dois, nem no pai, nem no filho.
Qualquer pai que ache que a vida de político é uma coisa a
se passar de herança pra seu filho não merece meu voto. Qualquer filho que
cresça vendo seu pai na política e queira fazer isso da vida também não.
Politica devia ser vocação, paixão. Conheço poucos,
pouquíssimos que tem esse comprometimento. Fazer disso um negócio familiar, não
me representa. Nunca pensei ver no Paraná essa tendência coronelista que tanto
criticávamos quando ouvíamos as histórias das oligarquias nordestinas (sem
preconceito) eternizadas no poder. Famílias que dominam a prefeitura, a câmara,
a assembléia, o palácio do governo, isso era uma realidade distante. Não mais.
Obviamente temos exceções e famílias muito sérias na
política, mas cá entre nós, são tão menoria que não devem chegar no 1% mesmo
contando com a margem de erro para mais. Além disso, a renovação de pessoas na
política é importante, revigora, transforma, areja.
Agora, trocar pai por filho, sei não, me parece um caminho
perigoso. Infelizmente, vendo a quantidade de filhos e juniors sorridentes nos
cavaletes, parece que é uma tendencia que veio pra ficar.
Então cuidado, se a moda pegar, ou no caso eleger, podemos
correr o risco de ter uma sociedade estagnada, onde nada muda. Depois dos
filhos virão os netos, e por ai vai...
Como diria o Jamil Nakad, chega dos mesmos!
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