segunda-feira, 6 de outubro de 2014

HERANÇA MACABRA

 Ilana Lerner. 

Esse é o ano dos filhos na nossa eleição. Nunca vi uma eleição tão familiar. Se somarmos aí, os netos, sobrinhos e afins, acho que temos uns 50% dos candidatos disputando o feudo. Filho de peixe, peixinho é, é isso? Então não voto em nenhum dos dois, nem no pai, nem no filho.
Qualquer pai que ache que a vida de político é uma coisa a se passar de herança pra seu filho não merece meu voto. Qualquer filho que cresça vendo seu pai na política e queira fazer isso da vida também não.

Politica devia ser vocação, paixão. Conheço poucos, pouquíssimos que tem esse comprometimento. Fazer disso um negócio familiar, não me representa. Nunca pensei ver no Paraná essa tendência coronelista que tanto criticávamos quando ouvíamos as histórias das oligarquias nordestinas (sem preconceito) eternizadas no poder. Famílias que dominam a prefeitura, a câmara, a assembléia, o palácio do governo, isso era uma realidade distante. Não mais.

Obviamente temos exceções e famílias muito sérias na política, mas cá entre nós, são tão menoria que não devem chegar no 1% mesmo contando com a margem de erro para mais. Além disso, a renovação de pessoas na política é importante, revigora, transforma, areja.

Agora, trocar pai por filho, sei não, me parece um caminho perigoso. Infelizmente, vendo a quantidade de filhos e juniors sorridentes nos cavaletes, parece que é uma tendencia que veio pra ficar.

Então cuidado, se a moda pegar, ou no caso eleger, podemos correr o risco de ter uma sociedade estagnada, onde nada muda. Depois dos filhos virão os netos, e por ai vai...


Como diria o Jamil Nakad, chega dos mesmos!

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