segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

DOS TRINCOS

Ando temeroso pelas ruas da cidade

Mesmo quando o sol nos esbofeteia

Ou à noite, desviando nas calçadas

Da merda nelas largada – suspensa

A respiração, enquanto pessoas aos

Grupos falam alto e seus gritos

Chegam às janelas onde me refugio.

E nos telhados gatos gemem e trepam

Aos guinchos e há um barro que a chuva

Leva aos baixos e aos canos.

Mas quem diz que pode ser diverso ?

O que sussurram os beirais dos pesadelos

De privadas falas ? Deus não existe

Mas tem inúmeros representantes

Na TV e em programas de rádio.

À parte isso, crianças são dilaceradas

E sempre é possível levar um tiro perdido

No meio da cara.

(Nesse momento tranco a porta

E verifico a trava das janelas).


Rick Miyake

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