Não é por falta de leis que criminosos ficam impunes no
Brasil. Qualquer estudante de primeiro ano de Direito sabe apontar exatamente
em quais leis, artigos, parágrafos e alíneas enquadrar, por exemplo, o
assassino do cinegrafista Santiago Andrade ou os mascarados que incendiaram um
fusca em São Paulo. Como sabe, igualmente, dizer os delitos dos policiais que
torturaram, mataram e desapareceram com Amarildo, dos políticos que traficam
drogas ou dos juízes que passeiam pela Europa custeados pelo dinheiro público.
Defender uma lei “antiterrorista” nada mais é do que fazer
média com aqueles que sempre pedem mais repressão, abrir as portas para uma
intensificação da violência policial e alimentar a suspeição sobre qualquer
legítima manifestação popular. É lamentável o esforço que alguns dos nossos
fazem para ficar parecidos com aqueles que sempre combateram.
Roberto Elias Salomão
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